Resumo:
- O terceiro e último dia do palco Forbes Mulher abordou as dificuldades da mulher conseguir chegar aos cargos mais altos dentro de empresas;
- Cláudia Sender, ex-presidente da LATAM Brasil, e Ana Paula Assis, presidente da IBM América Latina, demonstraram a importância do apoio dos pais desde cedo para criar filhas com grandes aspirações;
- Paula Paschoal, diretora-geral do PayPal Brasil, elogiou a postura acolhedora da empresa e os programas para incentivar a inclusão de minorias na empresa;
- Clarissa Luz, sócia da Felsberg Advogados, mostrou a importância da nova Lei Geral de Proteção de Dados para startups.
Aconteceu hoje (27) o último dia do palco Forbes Mulher, dentro da programação da São Paulo Tech Week. A apresentadora Fabiana Scaranzi recebeu convidadas para debater temas importantes para o mundo empresarial, como o papel de liderança exercido pelas mulheres nas companhias e a proteção de dados nas startups.
Cláudia Sender foi a primeira a subir ao palco para contar um pouco sobre sua história no mundo empresarial. A ex-presidente da LATAM revelou que sempre contou com o apoio do pai para conseguir desenvolver seus estudos desde a infância: “Os pais têm um papel fundamental em colocar nas mulheres essa confiança e vontade de ser o que quiser ser”, disse.
Quando resolveu fazer um MBA na Harvard Business School, Claudia se deu conta de como a diversidade nas escolas e empresas brasileiras é baixa. A partir daí, sempre levou consigo o desejo de mudar essa situação.
Ela também sofreu com o machismo no dia a dia, mesmo estando nos mais altos cargos de sua carreira. Claudia lembrou que era convidada para entrevistas com tom bem menos sério do que outros executivos de mesmo nível homens, e isso a incomodava bastante.
Apesar de tudo isso, a empresária se mantém ativa em cinco conselhos diretivos (dos quais em quatro é a única mulher, afirmou). Ela busca ser um exemplo para outras mulheres que sonham em chegar longe: “Se eu conseguir convencer mais mulheres a continuar na batalha e ajudando a influenciar na tomada de decisão do mundo, valeu a pena.”
Depois dela, quem assumiu o microfone para falar sobre as experiências foi Ana Paula Assis, presidente da IBM América Latina e uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil segundo lista da Forbes Brasil.
A executiva também lembrou da importância de ser incentivada desde criança a pensar ativamente e deixar o papel de passividade de lado: “Meu pai adorava tecnologia, sempre me dava jogos e, quando entrei na adolescência, contratou um professor para me dar aulas de programação”, lembrou.
Sobre a dificuldade de encontrar mulheres em cargos de direção e gerência nas grandes empresas, Ana Paula revelou um estudo feito pela própria IBM que falava sobre o que chamou de “paradoxo da prioridade”: muitos executivos gostam da ideia de colocar mais mulheres na liderança, mas não acham que isso é uma prioridade.
“Se você não entende que diversidade é fundamental na sua empresa, nada acontece. Na maioria das vezes, essas mudanças custam dinheiro. Se isso não vier do nível estratégico da empresa, não dá pra desenvolver”, completou.
Sabendo que o universo da programação ainda é dominado por homens, a presidente da empresa decidiu desenvolver programas para ensinar e incentivar a fala de mulheres em momentos de reunião, pois sentia que elas não estavam totalmente confortáveis com a situação, bem menos do que os homens.
Por fim, foi a vez de Paula Paschoal, que é diretora-geral do PayPal Brasil, falar sobre como percebeu os privilégios que teve durante e vida e que a possibilitaram estar na posição de hoje.
Ela sempre acreditou que a meritocracia era importante, mas percebeu que não era apenas isso que importava. Paula mostrou consciência do papel fundamental que tem em ajudar outras mulheres a entrar no mercado: “Minha responsabilidade é do tamanho do meu privilégio”.
Segundo ela, existem poucas mulheres para desempenhar um papel que inspire outras, infelizmente. Muitas empresárias aceitam cargos de gerência médios por diversos motivos e não tentam subir para os cargos de chefia máxima.
Paula se disse contente de estar na empresa: “A diversidade do nosso mundo é um fato, a inclusão é uma escolha. Eu escolhi ser mais inclusiva e o PayPal também”. Segundo ela, na empresa, homens e mulheres são pagos igualitariamente e foram criados grupos de afinidade (gênero, racial, imigrantes, lgbtqi+, entre outros) para conversar sobre temas diversos.
Paula defendeu a inclusão das mulheres e uma posição ativa de todos para isso. “É uma reação que depende de todos nós, mas é uma questão que depende das empresas e do governo também. Requer coragem”, finalizou.
Proteção de dados em startups
Clarissa Luz, sócia da Felsberg Advogados, fechou a programação, subindo ao palco Forbes Mulher no fim da tarde para falar sobre a proteção de dados de clientes e como esse assunto pode causar dor de cabeças para donos de startups, já que as empresas correm o risco de serem multadas por excessos com os dados que coleta.
Ela explicou que os dados pessoais sensíveis (qualquer dado que possa ser associado a um indivíduo) devem ser vistos com muito cuidado. Segundo a especialista, o Brasil está entre os três países que mais sofrem com ataques cibernéticos a dados de consumidores, mostrando a importância de pensar o assunto com cautela.
A Lei Geral de Proteção de Dados foi classificada por Clarissa como algo novo e importante: “Ela não vem para proibir o uso de dados, mas para regular e evitar excessos com as informações de clientes e colaboradores”.
Veja, abaixo, tudo que foi conversados pelos profissionais durante o palco Forbes Mulher:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.