Durante algumas horas da semana eles se esquecem das vendas, das margens de lucro, da transformação digital à qual as empresas estão tendo que se adaptar e até dos rumos da economia brasileira. Nestes momentos o que importa são os acordes, o tom dos vocais, a afinação da guitarra, a letra da música na ponta da língua, o funcionamento da mesa de som, o entrosamento entre o baixo e a bateria.
Esta tem sido a rotina de um grupo de altos executivos nos últimos meses. Eles abriram brechas em suas atribuladas agendas para resgatar talentos do passado, em alguns casos esquecidos, e deram ao hobby um propósito: ajudar instituições de caridade com o valor arrecadado nos shows e patrocínios.
Como dizem que coincidências não existem, a explicação mais razoável para a iniciativa poderia ser uma confluência de boas intenções e muita energia, que acabou resultando no encontro de duas bandas que, juntas, agora se uniram em torno de um mesmo objetivo.
Uma delas é a The Analytical Prophets, cujo repertório passa pelo rock pesado de Black Sabbath, Van Halen, Deep Purple, Metallica, Pantera, Jethro Tull, Rush e Ozzy Osbourne, e tem em sua formação Cássio Pantaleoni (CEO do SAS), responsável pelo vocal e pela flauta, Kleber Wedemann (vice-presidente de marketing do SAS América Latina) no baixo, Maurício Gioia (head de Alliances do SAS AL) no teclado, Gustavo Dübbern (especialista de produtos da Yamaha) na guitarra e Léo Baeta (professor universitário) na bateria.
“Eu queria uma abertura impactante para o fórum global do SAS, realizado há alguns meses. Descobri então que o Kleber tocava baixo e o Mauricio teclado. Eu também tinha minhas pretensões de brincar de fazer música. Nos reunimos com o Gustavo e o Léo, amigos do Kleber, criamos a banda e nos apresentamos no evento. Como as pessoas gostaram, decidimos que continuaríamos com o projeto. Mas eu não queria tocar por tocar. Queria cumprir um objetivo maior, ter um propósito. Então tivemos a ideia de tocar para arrecadar fundos e ajudar quem precisa”, conta Pantaleoni.
Empolgado com a ideia, Wedemann lembrou imediatamente de uma outra banda também formada por executivos, a The Corporates, que passeia pelo gênero mais pop do Queen, Joe Cocker, Cazuza e Ed Motta. O grupo tem Marcelo Munerato (CCO da Aon Latin America) e Maurício Cataneo (vice-presidente e CFO Latam da Unisys) nos vocais, Gabriel Rozin (médico pneumologista do Albert Einstein) e Gabriel Silva (CFO do Nubank) nas guitarras, Paulo Pontin (managing partner da Verizon) no baixo, Amilcare Neto (head of value creation da RedeTV!) na bateria e Júlio Pina (sócio da Gulf Capital Partners) no piano e teclado.
“A nossa história também é recente”, conta Pontin. “Durante um fórum do Experience Club, na Bahia, começamos a pensar no assunto e a juntar possíveis nomes de músicos, de várias empresas. Ficou meio que uma conversa de boteco, mas, três meses depois resolvemos entrar em um estúdio e ver no que aquilo ia dar”, completa o executivo, que há mais de 15 anos participa de uma outra banda, de blues.
A primeira apresentação “oficial” foi em um evento do próprio Experience Club – grupo de networking para executivos de alto escalão. Para surpresa dos participantes, a The Corporates foi incorporada ao line up, que contava com Rogério Flausino, do Jota Quest, e uma DJ holandesa. “A repercussão foi muito grande”, lembra.
Já que todos eles estavam dispostos a levar adiante suas “carreiras” na música, as bandas se juntaram em prol de um objetivo maior, batizado de CEOs Who Rock. A primeira apresentação será no dia 11 de dezembro, no Manifesto Bar, no Itaim, em São Paulo. O dinheiro arrecadado com os ingressos e com patrocínio será destinado – diretamente, sem passar pelas bandas – a quatro entidades eleitas nesse primeiro momento do projeto: Amigos do Bem, Instituto da Criança, Retiro dos Artistas e Fundação Dom Bosco. “Nessa primeira edição, a expectativa é ultrapassar R$ 50 mil”, diz Pantaleoni, revelando que já conta com patrocínio de três empresas: BWG, IT4CIO e Sonda.
A noite de ontem (18), no Blue Note, em São Paulo, foi uma boa prévia do que está por vir. A apresentação da The Corporates, para uma plateia formada por representantes da diretoria e da presidência de companhias como Siemens, C&A, Accor, Nubank e Unimed, arrecadou quase R$ 55 mil entre ingressos (que iam de R$ 100 a R$ 5 mil) e patrocínios.
Para todos os executivos que fazem parte da iniciativa, essa foi a maneira encontrada para retribuir à sociedade o que lhes foi dado. Mas como arrumar tempo – e energia – para incluir ensaios semanais das 22h à 1h e apresentações noturnas em uma rotina completamente insana? “Quando a gente gosta do que faz, nem sente”, diz Pantaleoni. “O nosso dia tem 24 horas”, lembra Maurício Cataneo, rindo.
Todos eles são unânimes em estabelecer uma série de paralelos entre suas carreiras no mundo corporativo e, agora, na música. “Ter uma banda é algo que exige teamwork. Se entrar na vibe de um querer ser melhor do que o outro, ela não vai para frente. O mesmo acontece nas empresas. A palavra de ordem hoje nos negócios é colaboração”, diz Paulo Pontin. Cássio Pantaleoni concorda e completa: “Tem, ainda, a harmonia e o ritmo. Todos precisam conhecê-los para que a música evolua. E acho que essas são características presentes em todas as empresas bem-sucedidas.”
Cataneo lembra, ainda, do planejamento e do entrosamento. “Precisamos nos planejar para fazer um bom show. E, se algo der errado, temos que corrigir rápido e seguir adiante. Mas temos um norte. Assim é também na vida corporativa. Além disso, convivemos com pessoas o tempo todo, são elas que fazem as empresas. E temos que respeitá-las – dentro e fora dos palcos.”
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Bebidas em alta
Na esteira da alta no consumo de gim – de acordo com a Nielsen, a categoria aumentou 191% nos 12 meses anteriores a junho de 2018 no Brasil – e de bebidas prontas, a Arbor (fabricante da Catuaba Selvagem) anunciou o lançamento de outros dois produtos populares e pretende fechar o ano com crescimento de 20% sobre os R$ 500 milhões faturados em 2018. “Nossa missão é fechar o próximo ano 30% acima de 2019”, estima Anna Speroni, diretora de marketing da Arbor.
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Contrato bilionário
A Emirates anunciou ontem (18), durante o Dubai Airshow 19, a compra de 50 aeronaves A350-900 XWB, da Airbus, no valor de US$ 16 bilhões. Equipadas com motor Rolls-Royce Trent XWB, as primeiras unidades devem ser entregues à companhia aérea em 2023. As demais serão enviadas gradativamente até 2028. O contrato foi assinado entre o xeque Ahmed bin Saeed Al Maktoum, presidente e CEO da Emirates, e Guillaume Faury, CEO da Airbus. “Essa aquisição acontece após uma análise minuciosa das várias opções de aeronaves e do planejamento para a nossa frota. Há muito tempo, mantemos uma estratégia de investimento em aviões modernos e eficientes”, disse o xeque.
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Expansão
No último sábado (16), foi inaugurada a nova fábrica de fertilizantes da Hinove Agrociência em Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul. A unidade, que consumiu R$ 25 milhões em investimentos, tem 100 mil metros quadrados e capacidade para produzir 800 mil toneladas de fertilizantes sólidos e líquidos por ano. Durante a cerimônia, que contou com a participação do governador do estado, Reinaldo Azambuja, a companhia aproveitou para consolidar uma série de acordos com instituições acadêmicas para a realização de diversas pesquisas, como a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), entre outras.
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Vai e vem
André Barbosa está assumindo a diretoria de marketing e análise da Toro Investimentos. O executivo, ex-UBS Pactual, GPS Investimentos e Araújo Fontes, tem mais de 20 anos de atuação em bancos de investimentos nos mercados doméstico e internacional. “Esse ambiente no Brasil está passando por uma transformação enorme com a queda estrutural de juros. Parte da nossa missão é ajudar os investidores a fazer a transição de posições majoritariamente alocadas em renda fixa para carteira diversificadas e com foco em longo prazo. A educação financeira, integrando o conteúdo e a execução, é a ferramenta mais poderosa para ajudar as pessoas a fazerem esse movimento”, afirma.
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