À medida que gigantes da tecnologia como Amazon e Google ampliam suas ofertas de assistentes virtuais, a conscientização dos consumidores sobre a casa inteligente também aumenta. Segundo uma recém divulgada pesquisa do Forrester feita em cinco países da Europa – Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Espanha –, a previsão deste mercado até 2024 foi ampliada para acomodar seis categorias: alto-falantes inteligentes, serviços de utilidade pública automatizados, sistemas de segurança domésticos, sistemas de detecção de monóxido de carbono/fumaça, alto-falantes conectados e outras.
De acordo com o levantamento, a base instalada de dispositivos inteligentes em 2018 era de 50 milhões nas residências desses países, número que deve chegar a 282 milhões até 2024. Os alto-falantes inteligentes serão a maior e mais popular categoria: 57,5 milhões de residências terão o dispositivo nos próximos cinco anos contra 10 milhões no ano passado. Em 2019, eles já representaram 32% do total de dispositivos inteligentes para residências e a tendência de queda nos preços promete aumentar isso.
Excluindo os alto-falantes, 176 milhões de dispositivos inteligentes estarão em uso até 2024. A prioridade na economia de energia impulsionará a adoção de termostatos e iluminação inteligentes. Além disso, o foco do governo europeu na segurança do consumidor vai acelerar o emprego de aparelhos de detecção de fumaça e monóxido de carbono.
Os alto-falantes da Amazon e do Google certamente vão ajudar a aumentar a popularidade dos dispositivos inteligentes como um todo na Europa, mas simplesmente replicar a estratégia de lançamento nos Estado Unidos não será suficiente para alcançar os resultados esperados na região. Os consumidores europeus têm preocupações sérias com privacidade e segurança, e é mais provável que confiem em empresas locais como Netatmo, Signify e Tado, principalmente nas categorias que envolvem os termostatos e a iluminação. Além disso, os players locais também têm a vantagem de entender melhor seus consumidores em termos de idioma e cultura. Para completar, empresas de telecomunicações como Vodafone e Deutsche Telecom estão colaborando com companhias regionais de serviços públicos para adicionar inteligência a eles.
O estudo revela, ainda, que Reino Unido e Alemanha são os principais mercados da Europa. A previsão é que o número de dispositivos domésticos inteligentes atinja 93,7 milhões e 80,8 milhões, respectivamente, até 2024, ou 62% da base total instalada nos cinco países. Taxas mais altas de penetração da internet nas residências, moradias com número menor de pessoas por família e o lançamento dos alto-falantes inteligentes levaram à expansão da tecnologia nesses dois países. A Espanha deve crescer mais rapidamente, a taxas anuais de 29,1% nos próximos cinco anos, devido a fatores econômicos favoráveis, número maior de proprietários de imóveis e maior receptividade dos consumidores a novos conceitos e produtos. Dos cinco países, a menor penetração da tecnologia é na Itália.
A privacidade e a segurança são grandes preocupações dos europeus: 37% dos britânicos temem que os dispositivos domésticos inteligentes possam comprometer suas informações pessoais, enquanto 30% acreditam que eles podem deixar suas casas mais vulneráveis. Já os franceses e os italianos estão mais preocupados com custo: 37% e 31%, respectivamente, alegam que os custos mensais do serviço podem ser muito altos. Mas, a exemplo, do que acontece nos Estados Unidos, a esperança é que essa barreira seja transposta conforme as pessoas comecem a adotar esses dispositivos e as vantagens que a Internet das Coisas pode proporcionar se tornem mais óbvias.
No Brasil, uma pesquisa divulgada no mês passado pela Avast detectou que os consumidores estão cada vez mais dispostos a aderir aos dispositivos inteligentes. Segundo o levantamento, a lista de desejos dos brasileiros inclui alto-falantes Alexa ou Google Home (30%), lâmpadas (29%) e termostatos (10%). Segundo um estudo publicado mais cedo este ano pela Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial), o Brasil tem, atualmente, 300 mil lares com algum tipo de equipamento inteligente. Se levarmos em conta que existem, atualmente, 63 milhões de residências no país, dá para se ter uma ideia do tamanho deste mercado.
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Novos negócios
De olho em uma base composta, atualmente, por mais de 2 mil clientes de seus serviços financeiros, meios de pagamento, câmbio e seguros, o Grupo PetraGold, de Eduardo Braule-Wanderley, acaba de anunciar a PetraGold Investimentos, uma asset especializada na estruturação de carteiras. “O novo negócio vai aproveitar a sinergia do grupo para permitir que nossos clientes concentrem todas as suas atividades financeiras em um só lugar”, explica Davi Gimenes (foto), diretor contratado para definir e comandar as estratégias de expansão da nova empresa. O executivo, que tem uma década de experiência no mercado financeiro, explica que, para oferecer as melhores opções, os especialistas da companhia farão uma curadoria dos fundos existentes hoje no país – cerca de 16 mil – de acordo com o perfil de seus clientes – que a empresa tem a vantagem de conhecer bem. “Buscaremos os melhores por segmento e nível de risco, sem ficarmos restritos apenas à rentabilidade”, diz. Embora a empresa sediada no Rio de Janeiro tenha surgido para atender à carteira já existente, qualquer um – pessoa física ou jurídica – pode contar com o serviço, com aportes a partir de R$ 20 mil. A meta é, nos primeiros seis meses de 2020, ter R$ 100 milhões sob sua gestão e, nos próximos dois anos, chegar à marca de R$ 1 bilhão.
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Santander Brasil torna-se dono único da Olé Consignado
O Santander Brasil assinou hoje (20) acordo para a aquisição, por R$ 1,6 bilhão, dos 40% da Olé Consignado ainda detidos pelos acionistas minoritários. Assim, a instituição financeira passará a deter 100% da operação, iniciada em 2014 em parceria com o Banco Bonsucesso. “Ao assumir integralmente o controle da Olé Consignado, temos pela frente mais uma grande oportunidade de impulsionar nosso crescimento no mercado brasileiro”, disse Angel Santodomingo, vice-presidente executivo e CFO do Santander Brasil. A efetivação da operação está sujeita à aprovação das autoridades regulatórias.
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A5 e Inseed agora são KPTL
Os fundos de investimento em venture capital A5 e Inseed uniram-se e agora operam sob a marca KPTL, com mais de R$ 1 bilhão em volume gerenciado. A gestora, que agora diz ser a maior do tipo com recursos domiciliados no país, investe em 46 startups dos mais variados setores, como agrobusiness, saúde, energia e ciências da vida. As metas para os próximos dois anos são ambiciosas: atingir um patrimônio de R$ 1,9 bilhão até o fim de 2020 e chegar até 70 empresas investidas até o fim de 2021. “A inovação está em todos os segmentos da economia. Não existe empresa que não foi ou não será impactada pelos avanços que a tecnologia proporciona”, diz Renato Ramalho, CEO da KPTL. Com seis escritórios no Brasil e uma base nos Estados Unidos, a empresa planeja concluir a fusão nos próximos dias, depois do sinal verde dos cotistas dos fundos geridos por A5 e Inseed.
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Rodada do bem
A primeira rodada de investimentos da Plataforma de Empréstimos Coletivos SITAWI, lançada pela SITAWI Finanças do Bem em parceria com o Instituto Sabin, captou R$ 1,5 milhão para cinco iniciativas que geram impacto positivo nas mais variadas regiões do país. Entre elas estão a Cooperativa Ser do Sertão, uma cooperativa liderada por mulheres em Pintadas, no sertão da Bahia, que captou R$ 158 mil, e a Orgânicos In Box (foto), startup de entrega de orgânicos da capital carioca que trabalha com os produtores para reduzir gastos e democratizar o acesso a uma alimentação mais saudável, que recebeu investimentos de R$ 645 mil. Em 58 dias, 159 investidores participaram da rodada, com aportes de, em média, R$ 6 mil. A Inteceleri, edtech paraense especializada no ensino de matemática por meio da realidade virtual que já capacitou mais de 250 mil estudantes com jogos educativos, captou R$ 215 mil. Já a stattus4, desenvolvedora de sensores para detectar vazamentos de água e gás, saiu da iniciativa com um cheque de R$ 323 mil. A última contemplada, a UpSaúde, teve acesso a R$ 108 mil para aprimorar seu aplicativo de inteligência de dados que melhora a comunicação na saúde pública. A previsão é que os investidores, que podem fazer aportes a partir de R$ 1 mil, tenham um retorno financeiro de 1% ao mês.
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