Quatro jovens veteranos das listas Under 30 da FORBES estão por trás de um dos maiores acordos de tecnologia dos últimos meses. Na segunda-feira (13), a Visa anunciou a compra da Plaid, uma fornecedora de soluções que permitem aos consumidores compartilharem suas informações financeiras com milhares de aplicativos e serviços, como Acorns, Betterment, Chime, Transferwise e Venmo. A operação foi fechada por US$ 4,9 bilhões em dinheiro e US$ 400 milhões em ações, num total de US$ 5,3 bilhões.
Os cofundadores da Plaid, Zach Perret, 32 anos, e William Hockey, 30, conheceram-se durante o trabalho como consultores na Bain, antes da fundação da Plaid em Nova York, em 2012. O objetivo da dupla era desenvolver uma maneira mais fácil e rápida de integrar os aplicativos das fintechs às contas bancárias dos usuários. Antes do Plaid, a complexidade do processo fez que um grande número de potenciais clientes desistisse no meio da integração.
A solução criada pela dupla evita uma série de aborrecimentos, permitindo que as pessoas sejam verificadas em segundos – e não em dias. Quando um usuário faz login em um aplicativo de qualquer fintech, ele digita o nome de usuário e a senha do banco. O software da Plaid capta as informações da conta bancária e as empacota de forma segura, para que sejam ser enviadas e usadas pelo aplicativo. As empresas pagam à integradora para que o processo de autenticação seja mais rápido e amigável.
A conectividade entre instituições financeiras e desenvolvedores se tornou cada vez mais importante para facilitar o uso dos aplicativos das fintechs. Só no ano passado, 75% dos consumidores com acesso à internet no mundo usaram pelo menos um aplicativo do tipo, contra 18% em 2015. Atualmente, um em cada quatro norte-americanos com conta bancária usa uma das soluções da empresa para se conectar a mais de 2.600 aplicativos de fintechs em mais de 11.000 instituições financeiras.
“A aquisição é a evolução natural da jornada de 60 anos da companhia, conectando compradores e vendedores até consumidores com serviços financeiros digitais”, diz Al Kelly, CEO e chairman da Visa. “A combinação das duas empresas nos colocará no epicentro do mundo das fintechs, expandindo nosso mercado e acelerando nossa trajetória de crescimento de receita a longo prazo.” Zach Perret se diz animado com a operação. “A missão da Plaid é tornar o dinheiro mais fácil para todos e estamos empolgados com a oportunidade de continuar cumprindo essa promessa em escala global. Juntos, poderemos apoiar o rápido crescimento dos serviços financeiros digitais.”
Hockey conta que a ideia foi rejeitada umas “50 vezes” antes de conseguir captar US$ 3 milhões da Spark Capital, em 2013. Em 2015, ano em que fizeram parte da lista Under 30 da FORBES nos Estados Unidos, arrecadaram US$ 310 milhões de investidores como Andreessen Horowitz, Kleiner Perkins e Goldman Sachs. Desde então, a dupla empreendedora fez parceria com a maioria dos principais aplicativos norte-americanos, incluindo Robinhood, Coinbase, Betterment e Acorns. A empresa havia sido avaliada em US$ 2,65 bilhões apenas um ano antes do acordo com a Visa fechado esta semana.
Toda a operação foi conduzida pelo Goldman Sachs, mais especificamente por dois jovens profissionais do mercado financeiro, que, apesar da pouca idade, já ajudaram a viabilizar outros grandes negócios e IPOs no setor de tecnologia e meios de pagamento.
Brandon Watkins, 31 anos, lidera a área de “financiamento pela internet” e ajudou a construir os relacionamentos da instituição com um número crescente de bancos digitais e financeiras. Parte da classe 2017 do Under 30, participou do IPO da Square, em 2015, do spin-off do PayPal pelo eBay – uma operação de US$ 47 bilhões – e organizou investimentos privados em unicórnios como o Credit Karma.
Troy Wickett, parte do Under 30 de 2020, é especialista em software e tecnologia, e já atuou em gigantes do setor, como Google e Amazon, e em uma nova safra de unicórnios e empresas apoiadas por participações privadas. Ele aconselhou Dropbox, Okta, Greensky e Bill.com em suas ofertas públicas iniciais e ajudou a Amazon com a compra de Whole Foods, uma negociação de US$ 13,7 bilhões. Sua mãe, Magdalena Yesil, saiu da Turquia em direção aos Estados Unidos em 1976 e se tornou capitalista de risco, apoiando a gigante de software Salesforce.com. Atualmente, ela faz parte do conselho fundador da empresa.
****
Olivia estreia oficialmente
A Olivia anunciou hoje (15) a versão oficial de sua plataforma para o Brasil. Fundada por dois brasileiros nos Estados Unidos, a fintech operava desde julho uma versão beta de seu aplicativo, uma assistente financeira virtual que usa inteligência artificial e economia comportamental para conhecer os hábitos de consumo das pessoas e auxiliá-las a gastar melhor.
Apenas durante os meses de teste, a startup, que disponibiliza o aplicativo gratuitamente na App Store e no Google Play, gerou mais de R$ 10 milhões de economia para os usuários. “Esse período de testes foi importante para que pudéssemos adaptar a plataforma às necessidades dos brasileiros, apresentando ao público uma interface simples e intuitiva. Foram meses recebendo feedbacks até chegar a esta versão”, comenta Lucas Moraes, cofundador da Olivia. “Além disso, esse tempo foi fundamental para que conseguíssemos nos conectar às principais instituições financeiras do país.” Atualmente, a plataforma contempla clientes dos bancos Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Nubank, além dos cartões Alelo, CrediCard, Sodexo, Ticket, Itaucard e American Express emitido pelo Bradesco. A Olivia também está plugada no app dos cartões BV desde o início de 2019.
O lançamento no país chega ao mesmo tempo que uma nova rodada de investimentos que levantou R$ 25 milhões para a startup, liderada pela carteira de investimentos do banco BV e acompanhada pela MSW Capital por meio do fundo BR Startups.
****
Fastblock vai vender máquinas de mineração da Bitmain
A Fastblock, especializada em consultoria e administração de malha computacional para blockchain, é a primeira empresa no Brasil licenciada para vender máquinas de mineração da Bitmain, responsável por 75% do mercado global de hardware de criptomoeda. Com foco em clientes institucionais, a empresa também oferece o serviço de consultoria conhecido como Mining as a Service (MaaS). “Atuamos desde o momento da escolha da configuração das máquinas que irão compor o pool de mineração até a otimização do supply chain em adequação à demanda, passando pela colocação dos equipamentos em data center parceiro nos Estados Unidos e administração da operação diária do pool de mineração”, diz Gustavo Caldeira de Andrada, COO da Fastblock. Para operar aqui no Brasil, toda a estrutura legal e tributária foi feita pela banca de advogados Pinheiro Neto.
****
Solinftec, de soluções para o agronegócio, capta R$ 80 milhões
Especializada em soluções de monitoramento online para o agronegócio, a Solinftec anunciou a captação de R$ 80 milhões em CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio, em operação estruturada e liderada pelo Itaú BBA e Gaia Securitizadora. O recurso será usado no desenvolvimento de novos projetos, expansão geográfica – ampliando a presença internacional – e novas culturas agrícolas. “Esse movimento reforça nosso compromisso em investir para servir cada vez melhor o produtor rural e o setor agro no Brasil e em todos os demais países nos quais atuamos”, diz Rodrigo Iafelice dos Santos, CEO da Solinftec. Atualmente, a empresa possui mais de 30 mil equipamentos agrícolas monitorados de maneira online e 100 mil usuários. Cerca de 8 milhões de hectares são cobertos pela plataforma ALICE, assistente virtual do mundo agro, na América Latina e Estados Unidos.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.