O início da semana foi de alívio no mercado acionário após dias de negócios marcados pela tensão militar entre Estados Unidos e Irã. E o entusiasmo de hoje veio pela expectativa de solução de uma outra crise envolvendo os EUA: a guerra comercial com a China que já dura um ano e meio.
Liu He, vice primeiro ministro chinês, desembarcou hoje em Washington para as conversas em torno da fase 1 do acordo entre os dois países. A cerimônia está prevista para esta quarta-feira (15), na Casa Branca. As bolsas norte americanas refletiram este otimismo com altas expressivas dos índices.
Aqui no Brasil, o Ibovespa teve valorização durante todo o pregão, ampliando ganhos no período da tarde. Fechou com alta de 1,45% aos 117.182 pontos. Destaque para as ações de empresas ligadas aos setores de metalurgia e siderurgia, grandes exportadoras para a China.
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Entre as maiores altas, CSN (CSNA3) com ganhos de 6,05% a R$ 15,07 e Gerdau (GOAU4), que avançou 5,26% a R$ 10,40. As ações da Vale também refletiram o clima e as ações ordinárias VALE3 subiram 3,64% a R$ 55,30.
O maior ganho do dia ficou com a Via Varejo (VVAR3) com alta de 8,55% a R$ 12,70, após informação divulgada à CVM, Comissão de Valores Mobiliários, de compra de R$ 4,5 milhões em ações ordinárias, em quatro operações realizadas em dezembro.
Já os destaques de baixa foram da Sulamérica (SULA11) que perdeu 2,27% a R$ 62,86 e Braskem (BRKM5) com queda de 1,31% a R$ 34,00. Segundo Sérgio Penchas, sócio para a área de multi family office da One Partners, além do otimismo com o possível fim da guerra comercial EUA-China, os investidores estão optando mais pela renda variável. “O cenário econômico de juros baixos leva os investidores a migrarem da renda fixa para a bolsa mesmo nos dias de baixa das ações”, afirma Penchas.
No câmbio, o dólar teve alta em relação ao real durante todo o dia, e encerrou com valorização de 1,15% a R$ 4,14.
Os destaques da agenda econômica aqui foram a divulgação do IPC pela FIPE, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, que registrou alta de 0,78% na primeira quadrissemana de janeiro, mostrando desaceleração na comparação com o dado de dezembro a 0,94%.
Os investidores também acompanharam o anúncio da balança comercial brasileira do ano passado, pelo Ministério da Economia, que apontou um superávit (mais exportações que importações) de US$ 46,674 bilhões em 2019. Na comparação com 2018, houve uma redução de 19,6% no indicador, quando o superávit foi de US$ 58,033 bilhões.
Luciene Miranda é jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios com coberturas independentes na B3, NYSE, Nasdaq e CBOT.
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