Kobe Bryant e sua filha de 13 anos, Gianna, morreram ontem (26) de manhã em Calabasas, no estado da Califórnia, em um acidente de helicóptero que também matou outras sete pessoas a bordo. Bryant tinha 41 anos e deixa sua esposa, Vanessa, e três outras filhas.
A lenda da NBA foi saudada por muitos na noite de sábado, durante um jogo nacionalmente televisionado entre o Philadelphia 76ers e o Los Angeles Lakers, time em que Bryant passou sua carreira de jogador por 20 anos. Foi uma celebração das carreiras dele e de LeBron James, que o ultrapassou durante o jogo na lista de maiores pontuadores da NBA, ficando em terceiro lugar.
VEJA MAIS: Kobe Bryant e filha morrem em acidente de helicóptero
Bryant foi um dos jogadores mais dominantes da história da NBA, com cinco títulos, um recorde de 18 convocações para o All-Star Game e quatro prêmios de MVP do All-Star Game. Seu legado fora da quadra é igualmente impressionante, com ganhos recordes para um jogador da NBA, investimentos de sucesso e um acordo de calçados que elevou seu patrimônio líquido para mais de US$ 600 milhões.
Michael Jordan, a quem Bryant foi comparado regularmente ao longo de sua carreira, emitiu uma declaração por meio de seu empresário sobre a tragédia: “Estou chocado com as trágicas notícias da morte de Kobe e Gianna. Palavras não podem descrever a dor que estou sentindo. Eu amava Kobe, ele era como um irmão mais novo para mim. Costumávamos conversar com frequência, e sentirei muita falta dessas conversas. Ele era um competidor feroz, um dos grandes nomes do jogo e uma força criativa. Kobe também era um pai incrível que amava profundamente sua família e se orgulhava do amor de sua filha pelo basquete. Yvette se junta a mim para enviar nossas mais profundas condolências a Vanessa, a organização dos Lakers e fãs do esporte ao redor do mundo”.
Bryant nasceu em 1978, na Filadélfia, mas passou grande parte de sua infância na Itália, onde seu pai, Joe “Jellybean” Bryant, jogava basquete profissional. Ele voltou à cidade da Pensilvânia para o ensino médio e ganhou atenção nacional por suas proezas no esporte. O jogador foi selecionado no NBA Draft direto do colégio, aos 17 anos. Na época, foi um de dois jogadores a conseguir o mesmo feito em 20 anos.
O Charlotte Hornets selecionou Bryant em 1996, mas já havia sido negociado um acordo para transferi-lo ao Lakers, com quem ele assinou um contrato de três anos por US$ 3,5 milhões.
Quando tinha 21 anos, foi capa da Forbes, em 2000 com um novo contrato de seis anos e US$ 71 milhões acordados em parceria com Adidas, Mattel, Sprite, Spalding e Giorgio Armani. “O basquete era o denominador comum”, disse ele sobre crescer na Itália. “Na quadra, eu pude me comunicar.” Três meses depois, ganhou o primeiro de três títulos consecutivos da NBA junto a Shaquille O´Neal, sua coestrela no Lakers.
Bryant foi alvo de uma denúncia de abuso sexual apresentada por uma funcionária de 19 anos de um hotel no Colorado, em 2003. O jogador, que havia se casado com Vanessa dois anos antes, disse que o encontro foi consensual. As queixas foram retiradas pelos promotores quando a acusadora se recusou a testemunhar no julgamento, e o caso foi resolvido particularmente em um um processo civil.
VEJA TAMBÉM: 4 dicas inspiradoras de Kobe Bryant
McDonald’s e Nutella descartaram Bryant como embaixador, mas a Nike, que havia definido um acordo de quatro anos e US$ 40 milhões com a estrela pouco antes da acusação, manteve a parceria. Seus tênis assinados pela marca ficaram entre os mais vendidos da NBA nos 15 anos seguintes e ajudaram a companhia a construir um negócio de US$ 6 bilhões na China, onde Bryant era idolatrado por sua habilidade na quadra e sua vontade de abraçar a cultura chinesa.
Ele fazia visitas anuais ao país como estratégia de marketing antes que essa medida se tornasse comum e foi provavelmente o atleta mais popular nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim. Sua camisa era regularmente a best-seller da NBA na China, e ele conseguiu parcerias específicas na nação com Mercedes-Benz, Smart Car e Alibaba.
Da mesma forma que outras estrelas mundiais como Serena Williams e James e Kevin Durant, Bryant usou sua grande plataforma quando ainda era um atleta ativo para promover seus interesses comerciais. Ele fundou a Kobe Inc. em 2013 e disse à Forbes na época: “A missão da Kobe Inc. é possuir e cultivar marcas e ideias que desafiam e redefinem a indústria do esporte enquanto inspiram o mundo”.
O primeiro investimento da organização foi na bebida esportiva BodyArmor. Ele adquiriu mais de 10% da empresa por aproximadamente US$ 5 milhões. “O modelo sempre foi para que artistas ganhassem sweat equity, mas quis ir além”, disse Bryant.
O jogador se aposentou em 2016 com US$ 680 milhões em ganhos totais, com a salário e patrocínios. Foi o valor mais alto já registrado por um atleta durante sua carreira no esporte.
Meses após sua aposentadoria, ele lançou seu fundo de capital de risco de US$ 100 milhões, em parceria com o empresário Jeff Stibel, para investir em empresas de mídia, tecnologia e dados. O portfólio do negócio inclui o portal midiático “The Players Tribune”, a designer de videogame Scopely e a empresa de serviços jurídicos LegalZoom.
Bryant falava frequentemente sobre seu amor por contar histórias e abraçou esse papel em sua carreira pós-NBA, com campanhas publicitárias para a BodyArmor, uma série de livros destinados a jovens adultos e o curta-metragem de animação “Dear Basketball”, que ganhou um Oscar em 2018.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.