De olho no imenso potencial do mercado norte-americano de Internet das Coisas (IoT), a empresa pernambucana In Loco está de malas prontas para desembarcar na terra do Tio Sam. Na bagagem, soluções de localização que começaram a ser desenvolvidas há uma década, como um trabalho acadêmico.
André Ferraz, CEO da empresa, que viaja hoje (17) para Palo Alto, na Califórnia, onde vai morar a partir de agora para comandar as bases em São Francisco e Nova York, conta que a ideia inicial sempre foi oferecer ao mercado uma solução de autenticação que preservasse os dados dos usuários. “Com a explosão da IoT, os problemas de privacidade e segurança vão se multiplicar exponencialmente”, diz. Segundo o relatório “5G: O Futuro da IoT”, em 2020 serão 20 bilhões de dispositivos conectados no mundo, um mercado estimado em US$ 1 trilhão.
A solução desenvolvida pela In Loco usa informações comportamentais dos usuários com base em sua localização para provar que determinada pessoa é realmente quem ela diz ser sem a necessidade de fornecer dados como CPF, e-mail ou comprovante de endereço. Com eficiência 2.400 vezes maior do que o GPS e 30 vezes mais precisão, ela capta esses dados e os confere. Tudo criptografado e com a preservação do anonimato.
Adotada por quatro dos cinco maiores bancos instalados no Brasil e por metade dos grandes players do e-commerce com atuação nacional, segundo Ferraz, a ferramenta serve, entre outras coisas, para evitar fraudes. Transações de pagamentos, por exemplo, são checadas cruzando a localização do celular do usuário com o endereço da loja onde a compra foi feita. Já a lavagem de dinheiro perde força a partir do momento que a ferramenta impede a autenticação das contas bancárias por potenciais fraudadores. O mesmo vale para as compras feitas online.
Com a iminente entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil – legislação específica para garantir a privacidade das informações dos cidadãos – e o fortalecimento da iniciativa em boa parte dos países desenvolvidos, a In Loco se viu obrigada a evoluir para outro nível. “Como os usuários terão o direito de solicitar as informações armazenadas por terceiros e até de exigir que elas sejam apagadas – e nós não temos esses dados – tivemos que desenvolver um novo conceito. Então, criamos uma espécie de impressão digital do usuário por localização que parte do princípio que duas pessoas não podem ter estado nos mesmos lugares nos mesmos horários”, explica. Segundo o executivo, essa versão mais sofisticada da solução vai ajudar – e muito – as empresas a acelerarem suas políticas de adequação à nova lei.
Outra utilidade da ferramenta está relacionada ao engajamento dos consumidores para o setor varejista. Isso significa que a localização é utilizada como forma de atrai-los com base naquilo que estão buscando por meio da oferta de produtos similares.
Para a operação norte-americana, a In Loco – que processa atualmente mais de 16 terabytes de dados de localização por dia e tem uma audiência de 60 milhões de consumidores – vai usar 60% dos R$ 80 milhões captados em junho do ano passado, na série B, dos fundos Valor Capital Group e Unbox Capital (este último ancorado pela família Trajano, do Magazine Luiza). Os 40% restantes foram direcionados à área de privacidade, pesquisa e desenvolvimento e expansão dos times no Brasil.
“A maturidade do mercado no que diz respeito à IoT e as preocupações com privacidade fazem dos Estados Unidos o espaço ideal para a evolução da empresa. Estar lá com uma tecnologia que se desenvolve a partir dos efeitos de rede é essencial para conquistar clientes importantes e criar vantagem competitiva”, diz o executivo, garantindo que a solução não tem, ainda, nenhum concorrente em nível mundial. “Esse movimento também serve à estratégia de aumentar o valuation da empresa, já que negócios com tração em clientes norte-americanos têm múltiplos maiores por ser a maior economia do mundo.”
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Plataforma digital abre rodada para financiar negócios em prol da Amazônia
A SITAWI Finanças do Bem, organização sem fins lucrativos fundada em 2008 com o objetivo de mobilizar capital para impacto socioambiental positivo, anunciou para março a segunda rodada de sua plataforma de empréstimo coletivo. O objetivo é captar 30% do total de R$ 3,2 milhões em investimentos para cinco negócios em prol da Amazônia. O restante do valor virá de investidores âncora, que atuam para reduzir os riscos e atrair investidores de mercado.
Por meio da plataforma de peer-to-peer lending — modalidade em que uma pessoa empresta dinheiro diretamente para outra pessoa ou empresa de forma digital —, qualquer pessoa vai poder investir a partir de R$ 1.000 em um ou mais dos cinco negócios selecionados. Os investidores serão remunerados mensalmente durante dois anos, a juros equivalentes a 12% ao ano, ou 265% do CDI, considerando a taxa em janeiro de 2020.
As organizações selecionadas são: COEX Carajás, de Parauapebas (PA), cooperativa que tem a missão de gerar renda e recuperar as florestas pela extração e comercialização de produtos florestais; Na Floresta Alimentos Amazônicos, de Manaus (AM), que nasceu para conservar a floresta por meio da produção sustentável de cacau por comunidades ribeirinhas agroextrativistas; OKA, de Ananindeua (PA), que produz de forma sustentável e em escala industrial sucos com frutas nativas da Amazônia para os mercados nacional e internacional; Prátika Engenharia, de Manaus (AM), que vende e instala a valores acessíveis painéis solares, como alternativa a geradores a diesel, para comunidades quilombolas isoladas da Calha Norte do Estado do Pará; e a Tucum (foto), com sede no Rio de Janeiro (RJ), que tem como missão valorizar e promover a arte das populações indígenas e tradicionais do Brasil, gerando renda para suas comunidades.
No ano passado, a primeira rodada captou R$ 1,5 milhão em 58 dias. “Estamos presenciando e apoiando o crescimento de uma nova geração de organizações de impacto na Amazônia, com modelos de negócio inovadores, que aliam geração de renda, valorização da cultura local e proteção dos recursos naturais em uma das regiões mais ricas e importantes do planeta”, diz Andrea Resende, gerente de finanças sociais da SITAWI. “A plataforma contribui para dar visibilidade a esse movimento, além de possibilitar que investidores de todo Brasil possam participar ativamente dessa transformação.”
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Planet Smart City capta € 24 milhões
Um dos principais players do mundo no segmento de cidades inteligentes, a Planet Smart City anunciou ontem (16) a conclusão de sua mais recente rodada de aumento de capital. A empresa captou € 24 milhões dos atuais acionistas e novos investidores, levando o total arrecadado desde a formação da empresa para € 100 milhões.
No Brasil, a empresa é responsável pela construção da Smart City Laguna, a primeira cidade inteligente inclusiva do mundo, no Ceará, e da Smart City Natal, no Rio Grande do Norte. Recentemente foram anunciadas também o Viva!Smart, em São Paulo, e a Smart City Aquiraz, no Ceará.
Os fundos vão suportar o plano de expansão global da empresa, que pretende lançar 30 projetos residenciais de grande escala até ao final de 2023, e para aperfeiçoar a plataforma digital, com a criação de novos serviços e experiências para os moradores dos seus empreendimentos.
Restituição antecipada
Além de ajudar os contribuintes com o imposto de renda, a Leoa, plataforma online que usa inteligência artificial para fazer a declaração de forma gratuita, sem a necessidade de contratar um profissional, anunciou que está antecipando o valor a ser restituído. O crédito é feito em um cartão pré-pago e fica disponível em até 48 horas. A expectativa da empresa é que cerca de 10 mil clientes solicitem a restituição por meio do cartão. “Não queremos só antecipar a restituição, mas também no futuro, fornecer crédito para ser usado com essas despesas que serão restituídas”, antecipa Eduardo Canova, CEO da empresa.
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Restituição antecipada
Além de ajudar os contribuintes com o imposto de renda, a Leoa, plataforma online que usa inteligência artificial para fazer a declaração de forma gratuita, sem a necessidade de contratar um profissional, anunciou que está antecipando o valor a ser restituído. O crédito é feito em um cartão pré-pago e fica disponível em até 48 horas após a entrega. A expectativa da empresa é que cerca de 10 mil clientes solicitem a restituição por meio do cartão. “Não queremos só antecipar a restituição, mas também no futuro, fornecer crédito para ser usado com essas despesas que serão restituídas”, antecipa Eduardo Canova, CEO da empresa.
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Startup de contabilidade online banca abertura de CNPJ
A Contabilizei, startup de serviços de contabilidade online, quer aproveitar o tradicional interesse em abertura de empresas no início do ano, bancando os custos associados com novos CNPJs. Segundo o Google Trends, assuntos relacionados a abertura de empresas aumentam em cerca de 12% no primeiro trimestre. Para responder a este movimento, a Contabilizei está subsidiando todos os custos de abertura de empresa em São Paulo, incluindo as taxas do governo. Com uma carteira de 10 mil clientes, a startup fundada em 2013 diz ter gerado economias para seus clientes na ordem de R$ 250 milhões por meio da tecnologia.
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IBM avança em patentes registradas no Brasil
A gigante de tecnologia IBM registrou 94 patentes no Brasil em 2019. Este é um progresso razoável, dado o tamanho da empresa no país: em 2018, a Big Blue registrou 56 patentes em 2018 e em 2017, foram apresentados 44 registros pela equipe de pesquisadores da empresa, liderada por Marco Aurélio Stelmar Netto e Lucas Correia Villa Real. Os registros contemplam invenções como previsões meteorológicas centradas na população. Na América Latina, a IBM apresentou 132 patentes no total no ano passado.
A dificuldade no registro de patentes é um dos principais entraves para a inovação made in Brazil. Em dezembro, o diretor-geral da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Francis Gurry, manifestou preocupação sobre a situação por aqui e ressaltou que se o país não correr atrás do prejuízo, pode ficar para trás na corrida global pela inovação.
Segundo o advogado especialista em propriedade intelectual Luiz Marinello, o gargalo e o tempo envolvido na análise e concessão de patentes no Brasil em patentes ainda é grande. “Temos um resultado pífio em comparação aos milhares de patentes registradas em mercados como Alemanha e Estados Unidos”, ressalta.
O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) tem o objetivo de reduzir o gargalo de mais de 150.000 pedidos em 80% até 2021. Segundo Marinello, o INPI tem introduzido ações como um programa piloto que estabelece uma via mais rápida na concessão de patentes, por exemplo, o que mostra que o Instituto, presidido por Claudio Vilar Furtado, está se movimentando para mudar o atual cenário: “As coisas mudando aos poucos para os inventores no Brasil e o viés é de melhora,” diz Marinello.
LEIA MAIS: Por que é tão difícil inovar no Brasil?LEIA MAIS: Por que é tão difícil inovar no Brasil?
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