O preço do dólar renovou máxima mais uma vez hoje (20) em relação ao real. No ano, a moeda norte-americana acumula valorização de 9,44% diante da tensão internacional sobre os efeitos da doença Covid-19 provocada pelo coronavírus na economia chinesa, epicentro do surto, e no mundo.
Na cotação comercial, a moeda norte-americana fechou hoje com alta de 0,59%, a R$ 4,391, no terceiro recorde consecutivo de valorização contra o real.
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Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, o mercado segue muito preocupado com o impacto na redução de negócios das empresas. “A Apple “abriu a porteira” revelando os prejuízos com o avanço da doença e, agora, a tensão é geral”.
Spyer ressaltou também o impacto no câmbio. “No mundo, todas as moedas de países emergentes têm queda hoje em relação ao dólar e o real não é diferente”.
No ranking das maiores perdas em comparação ao dólar entre mercados emergentes, o real estava em 8º lugar, numa lista liderada pelo peso mexicano, peso chileno e o rublo russo.
Ainda de acordo com Spyer, a decisão do Banco Central anunciada hoje de reduzir a obrigação do depósito compulsório para os bancos tem o objetivo de oferecer um estímulo à economia, mas também aumenta a preocupação sobre a situação no Brasil. “As ações de bancos e da B3 têm forte queda”, observou sobre o pregão de hoje.
Pela manhã, o Banco Central anunciou uma redução no recolhimento compulsório dos bancos sobre depósitos a prazo e um ajuste na regra de exigência de liquidez das instituições. A medida vai liberar R$ 135 bilhões na economia a partir de março.
A parcela dos depósitos a prazo que os bancos são obrigados a recolher junto ao BC foi reduzida de 31% para 25%.
Mais cedo, em evento com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o ministro da economia, Paulo Guedes, reiterou o patamar mais elevado do dólar no Brasil.
“Pode ser R$ 3,80, pode ser 4, pode ser 4,20. O câmbio é flutuante, o Banco Central opera isso. Mas o patamar é inquestionavelmente mais alto”, disse Guedes.
Na semana passada, o BC precisou intervir no mercado com leilão de swap cambial enquanto o dólar batia novos recordes históricos.
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Luciene Miranda é jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios com coberturas independentes na B3, NYSE, Nasdaq e CBOT
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