O mercado de câmbio teve hoje (11), no Brasil, um comportamento diferente em comparação com outros países emergentes, onde as divisas locais registraram ganhos consistentes em relação ao dólar.
Aqui, uma forte saída de capital do país pressionou o preço da moeda norte-americana em relação ao real. Apesar da alta expressiva no mercado acionário, a cotação do dólar oscilou perto da estabilidade ao longo do dia e não caiu, como de costume na relação inversa ao comportamento da bolsa.
LEIA TAMBÉM: Ibovespa tem forte recuperação
Na cotação máxima desde 1994, quando foi implantado o Plano Real no Brasil, o dólar fechou com valorização de 0,13%, a R$ 4,3264.
Segundo Paulo Ramires, especialista no mercado futuro de dólar, o motivo deste movimento de sucessivas renovações de máximas no preço do dólar é a forte repatriação de recursos, ou seja, a saída de dólar para o exterior, em especial, de volta aos Estado Unidos.
Lá, os investidores sentem-se mais confiantes nos dados econômicos e no cenário de risco mais reduzido, principalmente agora com o fim do processo de impeachment do presidente Donald Trump.
“Até agora, neste início de 2020, já saiu mais da metade da quantidade de dólar que foi levada do país em todo o ano passado. Os juros estão baixos e o dólar alto na nova realidade do Brasil. O investidor aqui passa a buscar títulos do Tesouro atrelados ao IPCA, pela perspectiva de um pouco de aumento da inflação”, afirma Ramires.
Ainda de acordo com o especialista, o maior risco à frente é de um problema de liquidez no mercado de câmbio brasileiro, ou seja, uma escassez de dólares. “Neste caso, a única coisa que o governo teria a fazer seria “queimar” reservas internacionais porque a balança comercial já está dando deficit“, explica.
****
Luciene Miranda é jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios com coberturas independentes na B3, NYSE, Nasdaq e CBOT
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.