Após sucessivos recordes de altas em relação ao real, o dólar precisou ser “domado” hoje (13) pelo Banco Central.
A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,34%, a R$ 4,335 na venda.
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A autoridade monetária anunciou a realização de leilão de swap cambial e, só a notícia, havia reduzido um pouco a valorização do dólar em relação ao real.
A operação pode ser considerada um instrumento derivativo que funciona como uma espécie de compra de dólar no mercado futuro.
O leilão foi feito logo após o dólar ter atingido a máxima histórica de R$ 4,384 pela manhã. A última vez em que o BC havia usado o instrumento foi em 30 de agosto de 2018. Na ocasião, o agravamento da crise econômica na argentina e a proximidade das eleições presidenciais elevaram o dólar para cerca de R$ 4,20.
De acordo com Rafael Ribeiro, analista de investimentos da Clear, o Banco Central demonstra ficar incomodado com o dólar na faixa de R$ 4,35 a R$ 4,40. “O BC não tem como principal função intervir no mercado de câmbio, mas possui a autoridade para evitar uma forte volatilidade. As atuais máximas do dólar no modelo de risco inflacionário do BC motivaram esta atuação”, explica.
O Banco Central tem como centro da meta de inflação no país 4% ao ano, com tolerância de variação de 1,5%, ou seja, piso de 2,5% e teto de 5,5%.
Analistas apontam vários fatores para a valorização do dólar em todo o mundo, principalmente, em relação às moedas de países emergentes. O principal é o estresse causado nos mercados globais pelo avanço do coronavírus.
No Brasil, um forte movimento de saída de dólares do país, o que os participantes do mercado chamam de “repatriação do dólar”, exerce pressão extra para a alta na cotação.
Outra pressão sobre o câmbio tem sido as falas do ministro da economia, Paulo Guedes, em relação ao preço do dólar no Brasil. Ontem, ele voltou a afirmar que o patamar da moeda norte-americana no país mudou para R$ 4,00. “É melhor termos juros a 4% e câmbio a R$ 4,00 do que câmbio a R$ 1,80 e juros a 14%, nas alturas”, disse Guedes em evento no Distrito Federal.
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Luciene Miranda é jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios com coberturas independentes na B3, NYSE, Nasdaq e CBOT
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