O dólar registrava alta acentuada contra a moeda brasileira hoje (27), voltando a superar R$ 5,11 em meio ao pessimismo internacional sobre os impactos econômicos do coronavírus e a ruídos políticos domésticos envolvendo o governo federal.
Às 10:49, o dólar avançava 2,28%, a R$ 5,1097 na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro operava em alta de 1,61%, a R$ 5,03. Na máxima do dia, o dólar spot chegou a tocar R$ 5,113.
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O clima nos mercados era, mais uma vez, de aversão a risco, com os investidores receosos diante da rápida disseminação da Covid-19, que está obrigando países do mundo todo a interromper suas atividades em tentativa de frear o contágio.
Apesar de uma onda de estímulo global por parte de governos e bancos centrais, incluindo a votação de um pacote econômico no valor de US$ 2 trilhões nos Estados Unidos, ativos arriscados, como peso mexicano, rand sul-africano, lira turca e dólar australiano, voltavam a perder contra o dólar. Numa cesta de 33 divisas, o real tinha o quarto pior desempenho contra a moeda norte-americana.
Segundo nota da Correparti Corretora, o movimento de hoje se dá “à medida que os investidores digerem as iniciativas dos países no intuito de conter os abalos econômicos da Covid-19”.
Além disso, disse que “internamente, em meio aos esforços por parte do governo de antecipar os efeitos futuros da pandemia, existe grande turbulência política contra o Executivo, em especial contra o chefe do Executivo”.
Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro foi duramente criticado por pronunciamento em rede nacional que fez na noite de terça-feira (24), no qual minimizou o coronavírus e defendeu a reabertura do comércio e de escolas, além da limitação do isolamento a idosos e pessoas portadoras de doenças.
O posicionamento do presidente entra em conflito com medidas adotadas por Estados e municípios de todo o país, que estão defendendo interrupção das atividades para evitar uma disseminação descontrolada da doença.
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Governadores dos 26 Estados e do Distrito Federal enviaram ontem (26) uma carta a Bolsonaro, na qual pedem que o governo federal disponibilize recursos às Unidades da Federação para o combate ao coronavírus.
Na noite de quarta-feira (25), o presidente afirmou no Twitter que não está tratando a pandemia de coronavírus com descaso.
Na última sessão, o dólar spot fechou em queda de 0,75%, a R$ 4,9957 na venda, menor cotação para um encerramento desde 13 de março.
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