O dólar operava em alta contra o real hoje (31), e chegou a superar a marca de R$ 5,20, em final de trimestre marcado por cautela no exterior e tensão política no Brasil.
Às 10:21, a moeda norte-americana avançava 0,12%, a R$ 5,1878 na venda. Em sessão de incerteza, a divisa tocou R$ 5,2083 na máxima do dia, mas chegou a cair para R$ 5,1698 na mínima antes de voltar a se aproximar de R$ 5,20. Na B3, o principal contrato de dólar futuro tinha variação positiva de 0,03%, a R$ 5,197.
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“A preocupação com o coronavírus continua, principalmente com os primeiros resultados de março mostrando o real impacto aos investidores”, afirmou a corretora Empiricus em post no Twitter. Os efeitos da pandemia nas cadeias de suprimento e na atividade empresarial são fator que já impulsionam o dólar em quase 30% contra a moeda brasileira em 2020, com uma recessão global iminente elevando à demanda por ativos seguros.
“Mas, enquanto o mundo segue trancando suas portas e paralisando as suas operações, a China, epicentro inicial da doença, começa a se recuperar”, completou a Empiricus.
A atividade industrial da China expandiu inesperadamente em março após um colapso no mês anterior. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da China subiu para 52,0 em março, ante mínima recorde de 35,7 em fevereiro, informou hoje a Agência Nacional de Estatísticas do país.
O indicador ficou acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Diante da cautela internacional, mas ainda de olho nos sinais tímidos de recuperação da segunda maior economia do mundo, o dólar tinha comportamento misto ante pares arriscados hoje. Rand sul-africano e lira turca tinham leves altas contra a divisa norte-americana, enquanto o peso mexicano rondava a estabilidade e o dólar australiano perdia mais de 1%.
No cenário doméstico, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a resposta à Covid-19 continuava no foco dos investidores.
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Recentemente, Bolsonaro tem reforçado sua opinião de que as atividades econômicas não podem parar, e que as pessoas fora do grupo de risco da doença devem voltar ao trabalho normalmente, apesar das recomendações de autoridades da saúde e de governos regionais, que incentivam o isolamento social.
Segundo analistas, as divergências entre as autoridades brasileiras sobre como abordar a pandemia colaboram para a incerteza, impulsionando a busca por segurança.
Na véspera, a moeda norte-americana spot registrou ganho de 1,47%, a R$ 5,1815 na venda, segunda maior cotação para fechamento.
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