Os laboratórios oficiais do governo realizaram somente 9,6% dos 4,7 milhões de testes moleculares da Covid-19 entregues ao Ministério da Saúde entre os quase 14 milhões de kits adquiridos pelo governo, informou a pasta ontem (26), refletindo a persistente dificuldade do Brasil em ampliar a capacidade de testagem em grande escala enquanto a doença avança pelo país.
De acordo com o Ministério da Saúde, os laboratórios públicos oficiais realizaram até ontem 460.102 testes moleculares (RT-PCR) da Covid-19, de um total de 24 milhões de testes desse tipo prometido pelo governo para este ano diante da pandemia do novo coronavírus.
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Em comparação, até 11 de maio tinham sido processados 337.595 exames de Covid-19 pelos laboratórios oficiais. Questionado, o ministério não informou ontem quantos testes realizados estão atualmente aguardando análise.
Somando os testes realizados nos cinco maiores laboratórios privados de análises clínicas do país, o Brasil tem no total 871.839 exames de Covid-19 realizados, informou o ministério em documento sobre a situação epidemiológica da Covid-19 no Brasil.
Os resultados dos demais laboratórios privados ainda não foram carregados no sistema do ministério, o que aponta para um número ainda maior de casos de Covid-19 no país.
Apesar de ser o segundo país do mundo com mais casos confirmados da Covid-19, depois apenas dos Estados Unidos, o Brasil fica atrás de vários países em termos de testes realizados. Os laboratórios certificados da Alemanha, por exemplo, tinham capacidade de analisar cerca de 838 mil testes por semana em meados de maio.
A capacidade limitada de testes é apontada por especialistas como um dos motivos por trás da disseminação da doença no país. Ontem o Brasil chegou a 391.222 casos confirmados da Covid-19, com 24.512 óbitos.
De acordo com Eduardo Macário, secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o cronograma de testes do país está “dentro da programação” do ministério.
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“A estratégia de testagem está sendo finalizada com a incorporação de uma nova estratégia, de monitoramento dos contatos. Não basta apenas a gente testar em massa, a gente tem que testar e agir com inteligência”, afirmou.
Neste mês o Ministério da Saúde anunciou um plano para ampliar a testagem no país, passando de 2,7 mil exames moleculares processados diários para um pico de 70 mil no auge, com um aumento escalonado.
Além de realizar 24 milhões de testes moleculares até o fim do ano, a meta inclui 22 milhões de testes rápidos, totalizando 46 milhões de exames.
Sobre o grande número de testes comprados mas ainda não recebidos –cerca de 9 milhões– o secretário afirmou que não se compra uma enorme quantidade de testes complexos “na esquina”, e apontou para problemas na importação de insumos e a grande procura internacional. (Com Reuters)
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