O coronavírus foi encontrado no sêmen de pacientes com Covid-19 em fase aguda e de recuperação em um pequeno estudo realizado em janeiro e fevereiro na China. No entanto, ainda permanece incerto, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), se a enfermidade pode ser transmitida sexualmente.
No estudo, divulgado originalmente na revista publicada pela Associação Médica Americana “JAMA Network Open” e realizado em Shangqiu, na China; seis pacientes –15,8%– de 38 homens que testaram positivo para a Covid-19 apresentaram o vírus no sêmen. Quatro daqueles com o esperma infectado estavam em estágio agudo de infecção e os outros dois já haviam se recuperado.
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A pesquisa não confirma nem nega se o microrganismo pode ser transmitido sexualmente: os pesquisadores não acompanharam os participantes para determinar a duração do coronavírus no sêmen e se os homens o espalharam para seus parceiros sexuais.
Em contrapartida, outro pequeno estudo realizado por pesquisadores chineses e norte-americanos com 34 homens em Wuhan, na China, descobriu que o sêmen não continha coronavírus após uma média de 31 dias, segundo a revista “Fertility and Sterility” da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.
Um coautor do estudo de Wuhan disse à agência de notícias “Associated Press” que os pacientes do estudo de Shangqiu estavam em um estado mais grave da doença, o que poderia explicar os diferentes resultados.
“Estamos aprendendo sobre esse vírus diariamente. As pessoas devem praticar abstinência ou sexo seguro depois de ficarem doentes”, aconselhou Anne Rimoin, professora de epidemiologia direcionada à disseminação de doenças infecciosas na Geffen School of Medicine (Escola de Medicina David Geffen) da Universidade da Califórnia em Los Angeles (ou UCLA, na sigla em inglês) em uma entrevista para a CNN sobre o assunto.
Os especialistas acreditam que o coronavírus é disseminado principalmente por gotículas respiratórias transmitidas por ingestão direta, como em conversas ou beijos, ou a partir de uma superfície infectada por fluidos de cuspe, tosse ou espirros de um indivíduo que testou positivo para a Covid-19. A doença, no entanto, também pode se espalhar no ar e pela ingestão acidental dos menores vestígios de fezes. Especialistas alertam que ainda pode haver outros meios de transmissão, pois continuam a aprender e entender o vírus em tempo real. Além do sêmen, o CDC diz que não se sabe se o microrganismo pode ser disseminado por vômito, urina ou leite materno.
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