Oito meses depois do surgimento da Covid-19 na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, parece que finalmente temos boas notícias sobre o andamento de potenciais vacinas.
A doença que já contaminou cerca de 14 milhões de pessoas, matando 600 mil delas, pode estar com os dias contados.
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Mais de 150 vacinas em potencial estão sendo desenvolvidas e testadas em todo o mundo para tentar deter a pandemia. Existem 23 candidatas em testes clínicos em humanos, entre elas a da Moderna e a da AstraZeneca.
Um dos maiores grupos farmacêuticos do mundo, a AstraZeneca está trabalhando em parceria com a Universidade de Oxford. A multinacional divulgou hoje (20) os resultados do primeiro teste em seres humanos da AZD1222, que desde o mês passado está sendo testada no Brasil na Fase 3 de estudos clínicos, a última etapa antes do registro, num estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Quem também divulgou novas informações na manhã de hoje foi a BioNTech. Segundo a alemã de biotecnologia, sua vacina experimental, desenvolvida em parceria com a farmacêutica norte-americana Pfizer, mostrou-se segura e induziu resposta imunológica nos pacientes.
Já a SinoVac Biotech, cuja vacina começará a ser testada no Brasil hoje, em um estudo liderado pelo Instituto Butantan com 9 mil voluntários, está buscando pessoas fora da China uma vez que os casos de coronavírus em sua terra natal diminuíram. Na manhã desta segunda-feira, a companhia anunciou que os testes começarão a ser feitos em Bangladesh. Caso os estudos comprovem eficiência, a parceria com o Butantan prevê a transferência de tecnologia da vacina e a produção dela no instituto paulista.
Outra chinesa, a CanSino Biologics, também anunciou hoje que sua versão da vacina é segura e induz respostas imunes. Os testes preliminares foram feitos em Wuhan, cidade da China onde a pandemia começou.
Enquanto isso, a estatal chinesa Sinopharm começou, na última quarta-feira (15), os testes clínicos da Fase 3 de sua potencial vacina, com 15 mil voluntários em Abu Dhabi.
E a Moderna, que desde o início da pandemia mostrou-se uma candidata muito promissora ao desenvolvimento da vacina, anunciou que começará, no próximo dia 27, a Fase 3 com 30 mil pessoas.
Veja, na galeria de fotos a seguir, como estão o desenvolvimento de seis promissoras vacinas contra a Covid-19:
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Divulgação AstraZeneca e Universidade de Oxford
A vacina experimental da AstraZeneca contra a Covid-19 se mostrou segura e produziu resposta imunológica em testes clínicos de estágio inicial feitos em voluntários saudáveis, mostraram dados divulgados hoje (20).
A vacina, chamada AZD1222 e que está sendo desenvolvida pela farmacêutica em parceria com cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, não apresentou nenhum efeito colateral grave e provocou respostas imunes com anticorpos e células T, de acordo com os resultados dos testes publicados na revista médica “The Lancet”.
Desde o mês passado a vacina está sendo testada no Brasil em Fase 3 de estudos clínicos, a última etapa antes do registro, num estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Esperamos que isto signifique que o sistema imunológico lembrará do vírus para que nossa vacina proteja as pessoas por um período prolongado”, disse o principal autor do estudo, Andrew Pollard, da Universidade de Oxford. “Entretanto, precisamos de mais pesquisas antes de podermos confirmar que a vacina protege efetivamente contra a infecção de SARS-CoV-2 (Covid-19) e quanto tempo qualquer proteção dura.”
A AstraZeneca assinou acordos com governos de todo o mundo para fornecer a vacina caso ela se mostre eficiente e obtenha aprovação regulatória. A empresa disse que não buscará lucrar com a vacina durante a pandemia. Um dos acordos foi feito com o governo brasileiro e prevê que a vacina seja produzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Pesquisadores disseram que a vacina provocou efeitos colaterais brandos com mais frequência do que ocorre em um grupo de controle, mas que alguns destes puderam ser reduzidos com o uso de paracetamol e que ela não causou efeitos adversos graves.
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Pfizer e BioNTech
A empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica norte-americana Pfizer relataram hoje (20) dados adicionais de sua vacina experimental contra o coronavírus que mostraram que ela é segura e induziu resposta imunológica nos pacientes.
Os resultados se referem a um teste feito na Alemanha com 60 voluntários saudáveis e são divulgados após as companhias anunciarem mais cedo neste mês dados de um teste em estágio inicial correspondente feito nos Estados Unidos.
As empresas disseram que os dados também demonstraram uma indução de alto nível de reações de células T contra o novo coronavírus.
O teste revelou que os voluntários que receberam duas doses da vacina produziram anticorpos neutralizadores de vírus, um resultado semelhante ao do teste norte-americano.
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dado ruvic/reuters SinoVac Biotech
A chinesa SinoVac Biotech também está na corrida e, no Brasil, sua vacina está sendo testada pelo Instituto Butantan. Na manhã de hoje, a agência estatal de pesquisa médica de Bangladesh aprovou um teste de Fase 3, já que as infecções estão aumentando no país sul-asiático densamente povoado.
O teste, a ser realizado pelo Centro Internacional de Pesquisas de Diarreia de Bangladesh (ICDDR,B), pode começar no mês que vem. “Demos permissão ética para o teste depois de analisarmos o protocolo de pesquisa”, explicou Mahmood Uz Jahan, diretor do Conselho de Pesquisa Médica de Bangladesh (BMRC), à Reuters.
O teste envolverá 4.200 voluntários, disse Jahan. O estudo será realizado em sete hospitais especializados no tratamento de infecções do novo coronavírus em Daca, a capital de Bangladesh, disse uma autoridade do ICDDR,B sob condição de anonimato.
Um representante da SinoVac disse à Reuters que está aguardando a aprovação oficial de Bangladesh.
Para o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, a vacina pode estar disponível para a população, se tiver sua eficácia comprovada, já no início de 2021
Segundo Covas, a tecnologia usada na potencial vacina da SinoVac –de vírus inativado– é conhecida do Butantan e também testada e aprovada internacionalmente. Ele afirmou, de 0 a 10, seu grau de otimismo com essa candidata a vacina é 11. “Podemos ter aqui no Brasil a primeira vacina a ser usada em massa. E essa perspectiva em termos temporais é muito, muito favorável”, disse
O estudo da potencial vacina chinesa será liderado pelo Instituto Butantan em 12 centros de pesquisa de cinco Estados e do Distrito Federal, junto a 9 mil voluntários, que são profissionais da área de saúde. -
taechit taechamanodom/gettyImages CanSino Biologics
Uma potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa CanSino Biologics e pela unidade de pesquisas das Forças Armadas da China mostrou-se segura e induziu resposta imunológica na maioria dos pacientes que a receberam, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.
A candidata a vacina da CanSino, chamada de Ad5-nCOV, é uma das várias que se mostraram promissoras em testes em humanos e que estão caminhando para o estágio final de testes.
Embora a vacina da CanSino ainda tenha de iniciar os testes em estágio avançado em larga escala para avaliar quão bem ela previne que as pessoas sejam infectadas, ela já recebeu aval para ser usada em militares chineses.
Os resultados dos estudos de etapa intermediária, publicados pela revista médica “The Lancet”, dão suporte para a vacina ser testada em um estudo mais amplo.
A candidata a vacina usa um adenovírus para carregar material genético da proteína do novo coronavírus para o corpo humano, um método também usado pelos pesquisadores da Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca em sua potencial vacina contra a Covid-19.
As respostas imunes provocadas pela vacina podem ser minadas se a pessoa que a recebeu já tiver desenvolvido uma alta imunidade a adenovírus por causa de uma infecção anterior, disseram os pesquisadores chineses.
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wera rodsawang/gettyImages Sinopharm
A estatal chinesa começou, na última quarta-feira (15), os testes clínicos da Fase 3 de sua potencial vacina, com 15 mil voluntários em Abu Dhabi.
O estudo, conduzido em parceria com o Grupo 42 (G42), uma empresa de inteligência artificial e computação em nuvem baseada nos Emirados Árabes, e o Departamento de Saúde da cidade, terá duas cepas de vacina e um placebo. Duas doses com intervalo de três semanas serão administradas e os voluntários serão acompanhados por um ano.
O objetivo é testar 15 mil pessoas entre 18 e 60 anos que não tiveram a doença em um intervalo de três a seis meses.
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skaman306/gettyImages Moderna
Segundo publicou o “The New England Journal of Medicine” na semana passada, a vacina experimental da farmacêutica norte-americana Moderna foi considerada segura e provocou resposta imunológica em todos os 45 participantes testados na primeira fase.
Com o resultado, a companhia informou que a fase final começará no próximo dia 27 com 30 mil pessoas, com expectativa de finalizá-la até outubro.
AstraZeneca e Universidade de Oxford
A vacina experimental da AstraZeneca contra a Covid-19 se mostrou segura e produziu resposta imunológica em testes clínicos de estágio inicial feitos em voluntários saudáveis, mostraram dados divulgados hoje (20).
A vacina, chamada AZD1222 e que está sendo desenvolvida pela farmacêutica em parceria com cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, não apresentou nenhum efeito colateral grave e provocou respostas imunes com anticorpos e células T, de acordo com os resultados dos testes publicados na revista médica “The Lancet”.
Desde o mês passado a vacina está sendo testada no Brasil em Fase 3 de estudos clínicos, a última etapa antes do registro, num estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Esperamos que isto signifique que o sistema imunológico lembrará do vírus para que nossa vacina proteja as pessoas por um período prolongado”, disse o principal autor do estudo, Andrew Pollard, da Universidade de Oxford. “Entretanto, precisamos de mais pesquisas antes de podermos confirmar que a vacina protege efetivamente contra a infecção de SARS-CoV-2 (Covid-19) e quanto tempo qualquer proteção dura.”
A AstraZeneca assinou acordos com governos de todo o mundo para fornecer a vacina caso ela se mostre eficiente e obtenha aprovação regulatória. A empresa disse que não buscará lucrar com a vacina durante a pandemia. Um dos acordos foi feito com o governo brasileiro e prevê que a vacina seja produzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Pesquisadores disseram que a vacina provocou efeitos colaterais brandos com mais frequência do que ocorre em um grupo de controle, mas que alguns destes puderam ser reduzidos com o uso de paracetamol e que ela não causou efeitos adversos graves.
(Com Reuters)
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