Lee Kun-hee, o chefe enfermo do vasto império Samsung, morreu em Seul hoje (25), aos 78 anos. O herdeiro de segunda geração do maior conglomerado da Coreia do Sul estava hospitalizado desde 2014, após ter sofrido um ataque cardíaco.
O homem mais rico da Coreia do Sul desde 2007, Lee assumiu o comando da Samsung após a morte de seu pai e fundador do conglomerado, Lee Byung-chull, em 1987, que o escolheu a dedo como seu sucessor pouco antes de falecer.
Lee ficou famosos à frente da Samsung depois de uma reunião com sua equipe em 1993, quando o conglomerado tecnológico passava por um momento delicado. Ele disse a eles para “mudar tudo, exceto esposa e filhos”. A reunião ajudou a estimular a Samsung a se tornar a fabricante líder de smartphones, TVs inteligentes e cartões de memória.
“Lee era um mestre em tomar decisões cuidadosas, cautelosas e perspicazes”, diz Geoffrey Cain, que escreveu um livro sobre a Samsung. Ele estava enfrentando um câncer de pulmão quando tomou “a decisão incrivelmente arriscada em 1983 de entrar no setor de semicondutores”, diz Cain, “permitiu que a Samsung transformasse a Coreia na República da Samsung”.
O único filho de Lee, Jay Y. Lee, tem dirigido o império Samsung e está envolvido em um polêmico escândalo presidencial que abala a Coreia desde o final de 2016. Ele ficou preso por quase um ano antes de ser solto em fevereiro de 2018 e agora está passando por mais um julgamento vinculado ao processo, enfrentando acusações de fraude contábil e manipulação de ações. Da mesma forma, o mais velho dos Lee foi condenado duas vezes por acusações relacionadas a suborno e evasão fiscal, entre outros crimes de colarinho branco — e foi perdoado em ambos os momentos pelo presidente em exercício.
A família Lee liderou a lista de famílias mais ricas da Forbes Ásia por dois anos consecutivos, desde a inauguração do ranking em 2015. No ano passado, as receitas do grupo Samsung representavam 20% de toda a economia sul-coreana.
Na data de hoje, o patrimônio líquido de Lee Kun-hee foi estimado em US$ 20 bilhões. Ele deixa sua esposa, Hong Ra-hee, seu filho e suas duas filhas, Lee Boo-jin e Lee Seo-hyun, que também estiveram envolvidos no negócio; cada um dos membros da família também é individualmente bilionário.
A morte de Lee levantará questões relacionadas ao legado e herança do bilionário: a Samsung não anunciou planos de sucessão para seu presidente, que era o maior acionista individual da Samsung Electronics e constitui a maior parte de sua fortuna. Tradicionalmente, as ações detidas pelas pessoas mais ricas da Coreia do Sul são herdadas por familiares após a morte. O imposto sobre herança do país é de cerca de 60%.
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