Um dos maiores ícones da moda brasileira é a mulher de sucesso da semana. Como empresária, editora e consultora de moda, há cinco décadas Costanza Pascolato se mantém como uma das vozes mais influentes e poderosas do setor no país, tanto em textos jornalísticos quanto em seu imperdível perfil no Instagram @costanzapascolatos2g onde se apresenta como “consultora, mãe e avó”. “Você acredita que tenho mais de 720 mil seguidores? Nunca pensei que fosse tão conhecida”, confessa admirada.
Verdadeira pensadora da moda e seus desdobramentos no mundo e na vida, Costanza observa atentamente e comenta o movimento da criação, produção e consumo da indústria fashion. Ninguém melhor, portanto, para iniciar uma nova série da coluna que explora, com dicas preciosas de moda, cultura e lifestyle, a vida retratada através das telas de dispositivos eletrônicos.
A partir da constatação de que a comunicação digital em tempos de pandemia nos emoldura nas telas de computadores e smartphones – de uma prosaica conversa com família e amigos à mais bombada das lives quase em tempo integral, decidi conversar com Costanza sobre “Dos & Don’ts” em matéria de estilo na hora de interagir remotamente.
Para variar, Costanza não se limita a simples conselhos, dicas e truques. Ela não deixa de comentar sobre a vida, a família e até revelou uma secreta aventura musical nos anos 1950, ao lado de três amigos de sobrenome… Buarque de Holanda. Com bom humor e uma pontinha de ironia, começou perguntando: “Que tipo de sucesso você acha que eu sou? Hoje existem tantos”.
Tecnologia é fundamental
“A primeira coisa que eu fiz para me aperfeiçoar na comunicação digital foi trocar meu celular antigo por um bem atual, desses que gravam com imagem em alta definição. Porém, jamais uso filtros. Além de não precisar, graças a Deus, não quero ficar com cara de boneca.”
Campo de visão
“Bom lembrar que estamos limitados da cintura para cima. Então, é mais difícil fazer aquela pose exibindo a bolsinha. Aliás, a pandemia nos despertou da ‘hipnose do exagero’. Descobrimos, por exemplo, que não é preciso atravessar a cidade, todo dia, para chegar no trabalho ou ir a um evento, ou mais, toda noite. Nada disso é necessário.”
Mais que perfeito
“O cabelo deve estar impecável, sempre. Uso esse penteado, que eu mesma inventei, que é simples e prático, basicamente um totem. Quem corta meus cabelos é minha cozinheira. E quem tinge, minha copeira. Uma está comigo há 30 anos e a outra, há 20. Então é mais ou menos uma ‘collab’.”
Acenda o rosto
“Tenho exagerado nos brincos, porque cheguei à conclusão que não bastam aqueles de ponta de orelha. Aderi aos modelos que parecem piercings e enfeitam as orelhas. Eles dão um up no rosto.”
Luz é tudo
“…por isso óculos e vídeo costumam ter uma convivência difícil. Tenho dois pares de óculos e, para evitar reflexos, posiciono o ring light acima de mim. Na iluminação direta, utilizo os abajures que eram da minha mãe, com cúpulas de pergaminho. Eles suavizam a luminosidade, funcionam como um filtro e aquecem a imagem com um tom amarelado.”
Gesto & sofitsticação
“Sou italiana, portanto falo melhor gesticulando, mexendo com as mãos. Há 16 anos uso dois anéis de caveira que foram presentes dos meus netos para a ‘vovó rock’n’rol’. As pessoas ficam surpresas quando descobrem que gosto de todo tipo de música, até rock pesado. Sim, eu sou sofisticada, por isso procuro sempre o melhor em todas as categorias. E também nas pessoas, prefiro gente que pensa melhor.”
Pulso firme
“Gosto de pulseiras gigantes. Com elas pode-se distrair a atenção das pessoas para certos detalhes, como quando a pele não está tão bem. Adoro os braceletes da Elsa Peretti (designer italiana da marca Tiffany, morta recentemente), com design orgânico. Ela era um gênio e uma pessoa muito elegante. Inclusive de cabeça.”
Extravaganza
“Uso colares absolutamente sensacionais, sobretudo nos trabalhos que faço para Shoptogether. São peças extravagantes que colecionei ao longo da vida. Se não fossem extravagantes eu não teria comprado, claro.”
Technicolor
“É muito mais fácil vestir uma base preta e jogar alguma cor por cima. Porém, como os tempos andam assustadores, comecei a usar mais cores nos vídeos. O colorido depende muito de cada pessoa, lugar e situação. Mas existe o básico. Cores claras iluminam o rosto, funcionando como um rebatedor de luz. Vestir tudo preto, mesmo com um colarzão colorido, não funciona no vídeo. E evite o vermelho. Imprime estranho no digital.”
Trilha sonora
“Ouvir música, sempre e muito. Sou totalmente enlouquecida por jazz. Hoje, graças à tecnologia que coloca tudo à nossa disposição, ouço tudo o tempo todo. Você sabia que eu já toquei piston? Foi nos anos 1950. Eu era totalmente fanática pelo Miles Davis – ainda sou – e meu irmão tocava bateria. E tinha nossos amigos que iam lá em casa, tocavam e cantavam. Eram três irmãos: Chico e Serginho Buarque de Holanda e Miúcha. Então decidi que ia tocar piston. Quando casei, meu marido deu o ultimato: ‘Ou eu ou o piston’. Ainda bem, porque eu era ruim demais.”
Pensamento positivo
“Tudo isso que estamos vivendo vai passar. Digo isso porque, apesar de muito criança, eu vivi a Segunda Guerra na Itália. E era muito pior. Havia racionamento de produtos e, muitas vezes, faltava comida. Além disso, não havia comunicação, ninguém sabia quanto tempo aquilo ia durar e, pior ainda, se haveria um país em pé depois de tudo. Tínhamos que obedecer uma disciplina quase militar, por uma questão de sobrevivência. Acho que por isso, até hoje, sou muito disciplinada.”
As escolhas de Donata
A partir das dicas de sucesso de Costanza Pascolato, acessórios que são puro impacto:
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Divulgação Foco na imagem: óculos Lapima
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Divulgação Design orgânico: bracelete Elsa Peretti em ouro amarelo, Tiffany
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Divulgação Transatlântico: colar Navio, Raphael Falci
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Divulgação Faiscante: anel em ouro e rubi, Ara Vartanian
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Anúncio publicitário -
Divulgação Sauvage: argolas leopardo em ouro, Jack Vartanian
Foco na imagem: óculos Lapima
Com Mario Mendes e Antonia Petta
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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