A inflação nos Estados Unidos alcançou a marca dos 5%. E a repercussão foi imediata no mundo ocidental, pois, se espraiando pela Europa, pode se transformar no gatilho para uma mudança mundial da política monetária expansionista, hoje calçada em juros negativos e compra de ativos financeiros pelos bancos centrais.
Aumentos de juros nos Estados Unidos e na Europa representam concorrência maior por recursos financeiros e encarecimento dos recursos disponíveis, hoje abundantes por falta de alternativas, aos países em desenvolvimento, e ao Brasil em particular.
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Se no Brasil a inflação preocupa, na América do Norte, que prevê um crescimento do PIB de mais de 6%, ela passa a ser uma ameaça para uma economia em pleno emprego e já com sinais de falta de mão de obra e com salários em crescimento acelerado.
Se nos basearmos nos números positivos da economia brasileira com crescimento previsto de 5,5% neste ano; no balanço de pagamentos positivo pela primeira vez em décadas; saldo da balança comercial ao redor de US$ 80 bilhões; a importante perspectiva de voltar em 2024 a ter saldos orçamentários e a criação de 1 milhão de empregos com as carteiras assinadas, teremos toda a chance de iniciarmos a caminhada para retornar ao grau de investimento pelas agências de risco internacionais.
A estabilidade política será fundamental: o caminho das eleições livres está traçado e não será alterado. Tais condições financeiras e políticas nos dão tranquilidade para enfrentar a onda mundial de juros, certamente crescentes, mas compensados por exportações sempre robustas e um agronegócio pujante.
A indústria começa a auferir os benefícios do alargamento do mercado nacional e os serviços puxados pelas inovações tecnológicas das fintechs em todas as áreas que, durante a pandemia, cresceram e se multiplicaram, vencendo o custo Brasil.
JK fez de seu governo um marco de progresso abrindo estradas e integrando o país. Na esteira vieram a indústria automobilística, as usinas de energia hidroelétrica, a incorporação da Amazônia e do cerrado, hoje produtor agrícola importante, e a elevação da autoestima dos brasileiros. Desenvolvimento é, acima de tudo, um estado de espírito.
Enfim, as condições básicas para chegarmos pelas vias democrática e de progresso social em 2050 (portanto a menos de uma geração) ao quarto ou quinto lugar entre as maiores economias do mundo.
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Integrado ao mundo, com uma economia dinâmica baseada em 67% de sua energia gerada por fontes renováveis, com o etanol como mensagem de combustível ainda mais forte que a eletricidade para uma frota crescente de 44 milhões de veículos (superior à frota da França, que utiliza fontes derivadas do petróleo), somos já um exemplo infelizmente mal divulgado e promovido aos ouvidos e olhos do mundo.
Nesta integração ao mundo, retomamos a cadeira como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas; assinamos o acordo Mercosul e União Europeia a ser ratificado apesar da oposição de Argentina e França, temerosos da competição de um país que hoje alimenta 1 bilhão de pessoas sem um centavo governamental e a fundo perdido. Por falar em Mercosul, temos a decretar com nossos sócios um Waves ou permissão para negociarmos com os demais países de forma independente e que garanta a defesa de nossos interesses.
Estamos ocupando espaços e desobstruindo interna e externamente pontes que estavam soterradas pela burocracia e pela corrupção. Temos lideranças nacionais e estaduais preparadas para acelerarem a marcha do progresso brasileiro. Vamos exercer no mundo a influência que temos e o respeito devido a 200 milhões de brasileiros.
Mario Garnero é Chairman do Grupo Garnero e presidente do Fórum das Américas
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
Coluna publicada na edição 88, lançada em junho de 2021
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