Letícia Nanci: Beleza masculina: como envelhecer com naturalidade

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A procura masculina por tratamentos estéticos está crescendo, e a grande maioria prefere realizar procedimentos menos invasivos que promovam resultados mais naturais

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Os homens estão cada vez mais preocupados com a estética e a beleza. O relatório da consultoria Research & Markets revela que, em 2023, o mercado de beleza masculina vai alcançar um faturamento mundial de US$ 78,6 bilhões. O Brasil é um dos países que encabeçam tal tendência. De acordo com levantamento da Euromonitor, o segmento cresceu 70% entre 2012 e 2017. Hoje, os homens já representam 30% da clientela dos serviços de beleza e estética no país, subindo para 35% se considerarmos os cosméticos.

Percebo esse movimento na minha clínica. O número de pacientes homens aumentou e, na prática, a grande maioria busca por procedimentos que garantam resultados mais sutis e naturais. Geralmente, eles têm receio em procurar o dermatologista por medo do resultado inestético que julgam exagerado.

Uma queixa frequente entre os homens é a flacidez das pálpebras, que incomoda tanto esteticamente quanto atrapalha a visão, prejudicando a leitura. Esse aspecto da pálpebra caída contribui para uma aparência mais envelhecida e cansada, e hoje temos uma tecnologia pouco invasiva com resultados semelhantes, em alguns casos, à blefaroplastia. Sem cirurgia ou cortes, o aparelho conhecido como gerador de plasma atua por sublimação, fazendo pequenos micropontos e removendo a pele excessiva das pálpebras. O procedimento necessita de anestesia prévia, e o paciente precisa de três a quatro dias para recuperação, sem tomar sol por um mês, e utilizando uma pomada cicatrizante.

Defendo um envelhecimento com saúde e naturalidade. Quero que os meus pacientes se olhem no espelho e se enxerguem mais jovens, sem grandes modificações ou exageros.”

A flacidez no rosto e no pescoço e a papada são outros pontos de insatisfação masculina. Para ambos os casos, gosto bastante do ultrassom micro e macrofocado – a ponteira microfocada é capaz de alcançar as camadas mais profundas da pele e do envoltório muscular, estimulando a produção de colágeno novo, causando regeneração do tecido, reduzindo, assim, a flacidez e promovendo o efeito lifting imediato. Já a ponteira macrofocada é indicada para a redução de gordura localizada na papada. O procedimento é excelente não apenas pelos seus resultados, mas por não ser invasivo, não ter pós e ser praticamente indolor. No mesmo dia, o paciente consegue voltar às suas atividades cotidianas.

O laser fracionado de CO2 profundo e o laser de picossegundos também são tecnologias excelentes para o tratamento da pele fotoenvelhecida, e o de picossegundos ainda é referência para o tratamento das manchas. Acho fundamental a indicação do ultrassom ou laser como primeira abordagem para um resultado natural, porque eles promovem a regeneração da pele, melhorando a qualidade e a saúde dela, para, em seguida, avaliarmos a necessidade do uso de tratamentos complementares, como os injetáveis, por exemplo. Gosto sempre de explicar que o resultado final, tanto da toxina botulínica quanto dos preenchedores, é uma combinação do produto, da técnica e da visão do dermatologista. O botox pode ser feito de uma forma mais natural, sem deixar aquele aspecto de face congelada de que os homens têm medo, e os preenchedores podem ser feitos apenas para sustentação, sem volumizar nem mudar a fisionomia.

Existem muitas formas e abordagens diferentes quando o assunto é a estética – o diferencial está na escolha do profissional. Se esse homem deseja resultados mais naturais, ele deve buscar por um profissional que tenha essa abordagem. Eu defendo um envelhecimento com saúde e naturalidade. Quero que os meus pacientes se olhem no espelho e se enxerguem mais jovens, sem grandes modificações ou exageros, e que mantenham a mesma aparência, porém, com mais leveza e jovialidade.

Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês, médica-responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

Artigo publicado na edição 89, lançada em agosto de 2021.