Todo final e início de ano Nova York entra naquela loucura de abertura de novos restaurantes, galerias, parques, lojas e por aí vai. No auge da pandemia, este fluxo foi totalmente ao contrário com muitos fechamentos, reclusão e uma cidade que parecia fantasma. O avanço da vacinação trouxe para a população nova-iorquina um ar de “pós pandemia”, dando confiança aos empreendedores arriscarem a abertura de muitos espaços e serviços para um público carente e exigente por boas experiências.
A verdade é que quanto mais novidades aparecem no ramo da gastronomia, mais valorizo os restaurantes da velha-guarda, os tradicionais. Não são necessariamente os mais badalados (tópico bastante subjetivo) nem com os melhores pratos, mas têm aquele charme old school com uma equipe que trabalha há décadas e uma decoração afetiva que nos transporta a uma deliciosa viagem no tempo.
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Para os frequentadores do badalado e abarrotado Balthazar, não deixem de conhecer seu irmão mais velho, The Odeon, o primeiro restaurante do empresário inglês Keith McNally, um dos mais conceituados no ramo da gastronomia e muito conhecido pelos americanos por ter transformado o centro de NY em um polo gastronômico. O espaço foi inaugurado em 1980, no sofisticado bairro industrial de Tribeca, com muitos edifícios industriais transformados em lofts residenciais, com suas ruas de paralelepípedo repletas de boutiques e restaurantes badalados.
Frequentado por uma galera cool, tem comida gostosa e ambiente despretensioso – claro que não é tão fácil conseguir reserva, mas vale a pena a tentativa. No menu, o básico francês com steak tartare, steak frites e um burger preparado na casa muito bom.
Para quem busca algo mais fashionista, o Indochine não irá desapontá-lo. O ambiente já foi frequentado por estrelas como Catherine Deneuve, Madonna, Basquiat, Andy Warhol e as do momento também. O espaço trabalha com uma cozinha francesa/vietnamita divina, com um time de garçonetes e garçons competentes e pra lá de estilosos, trazendo uma música dançante com referências da disco music, proporcionando noites memoráveis em uma decoração “semi” tropical, no meio da Lafayette Street. Mesas grandes são sempre as mais divertidas, mas se quiser ir sozinho para tomar um drink, o bar é sempre uma boa alternativa para conhecer pessoas e observar o movimento.
Se estiver em um mood mais midtown e formal, o restaurante Le Grenouille é um francês clássico aberto desde 1962. O salão principal impressiona pela beleza exuberante das milhares de flores que decoram e encantam o ambiente. O suflê é a pedida certa para um jantar romântico ou com amigos. De quarta a sábado, o empresário Philippe Masson, filho do dono e criador do restaurante, toca e canta, divertindo a todos.
A verdade é que fazer sucesso no mercado nova-iorquino é uma tarefa mais que difícil e poucos conseguem. Portanto, visitar estes restaurantes é sinônimo de experiências inesquecíveis para a sua viagem.
Rafael Azzi é publicitário formado pela FAAP. Fundador da Agência de Relações Públicas e Business Development AZZI+CO, com sede em Nova York e escritório em São Paulo, onde passa parte de seu tempo. Especialista no mercado de luxo, atualmente cursa Masters em Liderança Criativa na Berlin School of Creative Leadership, em Berlim, e faz parte dos boards da BRAZIL FOUNDATION e IPTI, organizações que levantam fundos nos Estados Unidos e ajudam entidades filantrópicas no Brasil.
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