A taxa Selic subiu novamente. Em sua primeira reunião de 2025, a primeira sob a gestão de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central, a votação do Copom foi unânime pela subida de um ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano.
A decisão já era esperada pelo mercado, pois já havia sido sinalizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) desde a reunião anterior, em dezembro.
Mas o que isso significa para o seu dinheiro? Com os juros mais altos, investir ficou ainda mais estratégico. Boas oportunidades existem, mas será que você saberá identificar as melhores?
Renda fixa ou renda variável?
É natural que o atual cenário da economia te deixe em dúvida, pois ao mesmo tempo em que temos a renda fixa com rentabilidades muito atrativas, o contexto nos coloca diante de inúmeros ativos de bolsa subprecificados.
Considero importante ressaltar que renda variável e renda fixa não são excludentes e, portanto, você não precisa escolher entre uma ou outra. O ideal é ter uma carteira com ambas as classes, em proporções adequadas a cada um dos seus objetivos financeiros.
Impactos da alta da Selic nos investimentos
- Renda fixa: esses investimentos se beneficiam diretamente da elevação da Selic. Títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic e CDBs atrelados ao CDI, apresentam rendimentos muito atrativos, acompanhando a alta dos juros. Além disso, títulos prefixados e atrelados à inflação (Tesouro IPCA+), podem apresentar oportunidades, especialmente se as expectativas de inflação estiverem controladas.
- Renda variável: as altas taxas oferecidas pela renda fixa nesse momento tendem a diminuir a atratividade dos ativos de bolsa, pelo menos no curto prazo. Entretanto, a alta da Selic pode gerar efeitos mistos na renda variável.
Setores como o bancário e de seguros tendem a se beneficiar, uma vez que margens de lucro podem ser ampliadas com juros mais altos. Por outro lado, empresas do setor de varejo e construção civil podem enfrentar desafios, devido ao aumento dos custos de financiamento e possível redução no consumo.
- Fundos Imobiliários: os fundos de papel, especialmente aqueles indexados ao CDI, estão com rendimentos bastante elevados. Já os fundos de tijolo podem enfrentar pressões, pois o aumento dos juros e a perspectiva de inflação alta por mais tempo pode desestimular novos financiamentos imobiliários e impactar a valorização dos imóveis.
- Investimentos no exterior e criptomoedas: são investimentos suscetíveis ao câmbio e às políticas monetárias adotadas por outros países, especialmente os Estados Unidos.
No caso das criptomoedas, como o Bitcoin, é importante avaliar o cenário macroeconômico global e considerar ainda qual sua tolerância ao risco, já que essas criptomoedas não são diretamente influenciadas pela taxa de juros doméstica, mas podem sofrer impactos indiretos devido a movimentos cambiais e mudanças na liquidez global.
Qual a melhor estratégia de investimentos
São inúmeras as variáveis que compõem o cenário e, considerando isso, a melhor estratégia sempre será aquela que esteja alinhada com suas metas financeiras.
Valores destinados à reserva de emergência ou que serão utilizados no curto e médio prazo devem ficar na renda fixa, onde você tem a certeza da rentabilidade ao final do período da aplicação, e no atual ciclo, são rentabilidades com ganhos históricos.
Mas, é importante eu te dizer que para os investimentos de longo prazo, a renda variável é onde, historicamente, se encontram suas melhores possibilidades de altos ganhos patrimoniais.
Manter uma carteira diversificada, alocando recursos em diferentes classes de ativos é fundamental para mitigar riscos e aproveitar oportunidades em diversos cenários econômicos.
No Giro do Mira desta quarta, 29, no meu canal do youtube, eu analisei o atual cenário e alguns ativos, então, se você tem dúvidas quanto a este tema, deixe suas perguntas nos comentários do vídeo e será um prazer responder.
Eduardo Mira é investidor profissional, analista CNPI, pós-graduado em pedagogia empresarial, coordenador do MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos da Anhanguera Educacional, sócio do Clube FII e sócio fundador da holding financeira MR4 Participações.
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