Após uma década de crescimento vertiginoso e índices de desemprego historicamente baixos, as organizações agora se deparam com uma realidade bastante distinta. No entanto, conforme aponta estudo global da consultoria Gartner, mesmo que as empresas se vejam forçadas a demitir colaboradores e cortar gastos, os gestores que forem inteligentes saberão manter o foco no horizonte.
O estudo foi feito com 150 executivos de RH e três mil funcionários do segmento em todo o mundo e revelou que, para melhores resultados, as organizações precisam complementar a estes investimentos diretos (na experiência do colaborador) medidas que tenham a capacidade real de serem enxergados pelos funcionários como algo positivo e transformador.
De acordo com o documento, em 2019 as empresas gastaram, em média, US$ 2.420 por pessoa em esforços para aprimorar a experiência de seus funcionários. São consideradas iniciativas do gênero políticas de trabalho mais flexíveis, reestruturação do ambiente de trabalho e acesso à oportunidades de aprendizagem, aprimoramento e desenvolvimento de habilidades, para citar apenas alguns exemplos.
As companhias que conseguiram ser bem-sucedidas em atenderem as expectativas de experiência de seus funcionários, relata o estudo, detectaram como consequência direta um aumento no esforço nas tarefas diárias, além de incremento na produtividade e uma maior retenção destes talentos. Mas o ROI (retorno sobre o investimento) dessas iniciativas é bastante decepcionante: de acordo com o estudo, apenas 13% dos funcionários entrevistados relataram estar totalmente satisfeitos com sua experiência na empresa.
Outro ponto importante dentro desta temática é a tecnologia. Conforme explica Kim Billeter, executivo membro do Conselho de Recursos Humanos da Forbes USA, em artigo recente, hoje em dia todos estão familiarizados com a tecnologia em todas as atividades do dia a dia, portanto, o colaborador já chega à empresa com expectativas neste segmento, esperando que o empregador seja capaz de facilitar seu trabalho através de ferramentas tecnológicas.
Um ótimo exemplo neste sentido, prossegue Billeter, são os chatbots alimentados por inteligência artificial. Quando aplicados ao RH, eles respondem a dúvidas e atendem demandas simples de maneira muito mais célere, resolvendo de imediato o que poderia levar horas ou dias.
E não é nem necessário dizer quão auspiciosas são as expectativas de crescimento de mercado das empresas que atuam fornecendo este tipo de solução. Conforme repercutiu o Techcrunch, em julho, a Staffbase, plataforma mobile projetada para que colaboradores se comuniquem, acessem serviços e benefícios relacionados ao cotidiano do trabalho e se mantenham atualizados com as informações da empresa, recebeu um aporte de US$ 23 da Insight Partners, com a participação dos fundos e.ventures, Capnamic Ventures e Kizoo Technology Capital. Desde que foi fundada na Alemanha, em 2014, a Staffbase já recebeu US$ 35 milhões em investimentos.
A grande sacada da empresa é reinventar a forma que os colaboradores se comunicam e os meios que utilizam para se informar sobre o que acontece na empresa, já que ninguém gosta de trabalhar em um lugar onde não se sabe direito o que está acontecendo. A tecnologia da empresa coloca as pessoas em primeiro lugar no trabalho e propicia que elas se sintam valorizadas. Entre tantas tecnologias que distanciam as pessoas e promovem o isolamento social, a Staffbase entendeu que é possível utilizar o que de mais moderno existe em inovação para promover a inclusão e o bem-estar. Aí reside o futuro e o sucesso da employee experience.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinekdIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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