Quando falo que desistir não é opção, não digo que a jornada será fácil. Digo que ela é necessária e que seguir é preciso. E quando seguimos juntas, observando referências, aprendendo com mulheres possíveis – e não com estereótipos de supermulheres -, a caminhada é mais suave. Tem-se, então, um norte e uma motivação adicional para chegar lá.
Empreendo há 20 anos, dou aulas, mentorias e palestras há mais de 10. E nesses últimos dois anos estive mais próxima do que nunca de milhares de empreendedores e empreendedoras não só falando sobre tendências e negócios, mas principalmente, escutando deles quais suas principais dores e necessidades.
Nesse intenso processo de escuta, vieram à tona necessidades específicas daquelas que compõem 49% da minha audiência. São elas empreendedoras, intraempreendedoras, investidoras e mulheres que querem fazer diferença em seus negócios e projetos. Em outubro ouvimos 2707 delas, e vimos que capacitação, referências femininas e redes de apoio estão entre as suas 15 principais demandas.
Aparecem no topo da lista ainda: orientações sobre gestão de tempo – sobretudo para equilibrar a rotina da empresa com a vida pessoal -, capacitação para melhorar o repertório e a argumentação nos negócios perante os clientes e educação financeira. Da amostra, 7 em cada 10 já têm negócio próprio e 43% têm entre 26 e 35 anos.
Referências femininas fizeram muita diferença na minha vida, assim como entender não só o que, mas como elas fizeram, quais obstáculos enfrentaram para chegar nos seus objetivos. E não tenho nenhum problema em admitir que boa parte do que eu aprendi e do que eu sou também esteve relacionado às conexões que eu fiz e que me ajudaram a crescer.
Diante desse contexto, nasceu no último dia 19, Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino – o Ela Vence. Um hub online que tem o intuito de oferecer diferentes tipos de conteúdo educativo, trilhas, podcasts, notícias, dicas e, claro, agregar as redes que existem para fortalecer lideranças femininas. Em uma área específica, as integrantes poderão criar seus perfis gratuitamente e estabelecer conexões com outras mulheres que poderão acrescentar em sua jornada empreendedora.
Fará parte do hub também o grupo G2 Women (G2W), que busca reunir investidoras para ampliar a cultura de investimento-anjo e aportar em negócios da área de tecnologia fundados ou liderados por CEOs mulheres. O foco principal são startups que tenham faturamento anual entre R$ 100 mil e R$ 500 mil.
O hub trará links e dará ainda mais visibilidade para iniciativas de redes de fomento ao desenvolvimento da mulher já existentes, como a Rede Mulher Empreendedora, primeira e maior rede de empreendedorismo da inspiradora Ana Fontes de quem eu tenho o grande privilégio de chamar de amiga e mentora. Também conexões com o Mulheres no E-commerce, Marianas Mulheres Que Inspiram, entre outras, além das comunidades independentes como Filhas de Farani e Conexão Farani.
O Ela Vence vem para somar, agregar iniciativas que apoiam o desenvolvimento de lideranças femininas. Nossa intenção é impactar 500 mil mulheres até 2022, desde os grandes centros até as regiões mais remotas e periféricas. É uma meta ambiciosa, mas mais do que números, o impacto está em histórias de vida e de negócios. Quero que vocês encontrem no hub um aliado, capaz de acompanhar a sua jornada no momento em que você estiver.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinekdIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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