No mês de novembro, o mercado de startups brasileiro registrou o investimento de um montante de R$ 1,55 bilhão, sendo 39 captações de recursos/aportes e 23 processos de fusões e aquisições. É o que mostra o mais novo relatório da Sling Hub, hoje a maior plataforma de dados sobre o ecossistema empreendedor do país.
Divididos por setor, o segmento de fintechs foi o que teve mais operações envolvidas: 20,5% de todos os empreendimentos, ante 12,8% das startups de gestão; 7,7% de cleantechs (startups ligadas a tecnologias limpas, sustentáveis, que geram impactos sociais); 5,1% de startups do segmento de agro e os mesmos 5,1% de startups que unem moda e tecnologia.
Se analisados por tamanho do round, foram cinco operações envolvendo valores abaixo de R$ 1 milhão, dez que variaram de R$ 1 a R$ 10 milhões, seis cujos valores estiveram entre R$ 10 milhões e R$ 100 milhões e três os quais os investimentos ultrapassaram os R$ 100 milhões.
Segmentados por região, São Paulo foi o Estado da federação que registrou maior número de startups investidas: 23 empresas que levantaram R$ 157 milhões. No entanto, quando levado em conta o valor do investimento, outros três Estados ficam à frente de São Paulo: Rio Grande do Sul, que colocou três startups na lista de aportes, mas que, juntas, arrecadaram R$ 551 milhões; Minas Gerais, as quais cinco empresas levantaram um total de R$ 425 milhões e Paraná, que teve duas empresas levantando R$ 363 milhões. Completam a lista de Estados Santa Catarina, com quatro startups e R$ 61 milhões aportados, Rio de Janeiro e Bahia, cada um com uma startup investida, mas sem valores de aporte informados.
O mês de novembro ainda teve entre as principais manchetes a oferta pública de ações (IPO) de duas empresas brasileiras na B3, a Méliuz e a Enjoei. A Sling Hub destacou ainda alguns anúncios que foram importantes para o ecossistema, como a mais nova edição do 100 Open Startups, ranking que destaca as melhores startups novatas em inovação aberta.
Outro projeto que foi mencionado foi o Black Founders Fund, do Google for Startups Brasil, que foi lançado para ajudar a endereçar a lacuna de diversidade, inclusão e acesso a capital empreendedor. Projeto prevê investimentos com valor a partir de R$ 5 milhões, sem qualquer contrapartida ou participação societária, as startups fundadas e lideradas por empreendedores negros e negras.
O lançamento do nosso hub online para fomentar o desenvolvimento de novas lideranças femininas, o “Ela Vence” também foi bem recebido pela plataforma, que falou sobre a iniciativa, que prevê conexões entre participantes e investidoras do mercado, capacitações voltadas à educação empreendedora e compartilhamento de conteúdo — como casos de sucesso e notícias do setor, com a expectativa de impactar ao menos 500 mil mulheres em um período entre 12 e 18 meses.
Vale destaque ainda o investimento em um setor incomum para a Via Varejo, controladora das Casas Bahia e Pontofrio, que comprou 16,6% do Distrito, uma plataforma aberta de inovação que ajuda empresas na transformação digital e conexão com startups. O Distrito tem sido uma voz importante do segmento de startups no país, tendo divulgado estudos frequentes sobre o ecossistema. O investimento da Via Varejo no Distrito tem o intuito de aproximar a empresa do ecossistema de inovação e acelerar a transformação digital que vem sendo promovida internamente nesse período de turnaround.
Um outro report, produzido para o mês de novembro pelo próprio Distrito, aponta o grupo japonês SoftBank como um dos maiores responsáveis por investimentos do tipo, mencionando o aporte de US$ 57,6 milhões (R$ 308,51 milhões) para a retailtech curitibana Olist, em uma rodada série D. A startup ajuda vendedores a adquirirem visibilidade em marketplaces e esse é o segundo aporte que recebe do fundo e este investimento, que deverá ser utilizado para acelerar seu crescimento, também consta no report da Sling Hub. Outros investidores deste deal incluem a Valor Capital, a Península Investimentos, a VELT Partners, a FJ Labs, e Kevin Efrusy, um dos primeiros investidores do Facebook.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinekdIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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