Desde muito cedo, sempre fui apaixonado por esportes de alto rendimento, em particular pelo tênis. Naquela época, onde reinavam nomes como Borg, McEnroe, Lendl e Connors, o esporte não era muito exibido pelas TVs no Brasil, o que gerava uma certa mística sobre o efeito de aumentar ainda mais a minha curiosidade sobre o jogo.
Por outro lado, não tardou para que eu reconhecesse que as minhas principais competências e, portanto, a minha maior chance de ser bem-sucedido na vida, não me levavam para as quadras ou estádios, mas sim para trás dos livros. Foi assim que, como muitos colegas que encontrei pela carreira, abandonei meu sonho olímpico antes mesmo de ganhar qualquer campeonato amador no clube da cidade. Me tornei um atleta dos bancos das escolas e universidades e à medida que o tempo passou, com uma disciplina digna dos esportes de alto rendimento, tive o privilégio de ocupar posições de liderança em algumas das maiores empresas que nosso país produziu.
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Em algum momento, quando comecei a ter um pouco mais de recursos, senti que seria importante começar a praticar o “give back”. Cada um tem seus motivos para enveredar pelos caminhos da filantropia, mas, para mim, o fato de “fazer o bem sem saber a quem” gera uma sensação muito boa. Assim, muito antes de reunir um patrimônio mais significativo, comecei a ajudar um número grande de pessoas e iniciativas, em causas geralmente ligadas à educação.
Mas foi através do tênis, minha paixão abandonada ainda na adolescência, que eu encontrei um “veículo” para fazer o bem em uma escala maior, certamente turbinado pela união entre o desejo de ajudar o próximo e a motivação do “meu” esporte de alto rendimento. O resultado desse projeto foi a Academia Tennis Route, um dos melhores centros de treinamento do Brasil, capitaneado pelos treinadores João Zwestch e Duda Matos. Na sede localizada na Barra da Tijuca, no Rio, treinam tenistas como Thiago Wild e Marcelo Demoliner, no mesmo espaço onde crianças que vivem em comunidades carentes do Rio de Janeiro aprendem tênis. Ao longo dos anos, são inúmeros os casos de jovens que fizeram do esporte um meio de ascensão, acessando universidades nos EUA e obtendo diversos trabalhos no Brasil, tendo assim uma chance maior de viver de forma honesta e digna.
Recentemente, a Tennis Route decidiu unir forças com um outro grande projeto do tênis nacional, o Instituto do Tênis, baseado no estado de São Paulo e com atividades também em mais sete estados, além do Distrito Federal. O IT, como conhecido no meio do esporte, foi criado no início do milênio por um grupo de empresários apaixonados pelo tênis, incluindo Jorge Paulo Lemann, uma referência para muitos de nós, executivos e empresários brasileiros. O IT, assim como a Tennis Route, sabia que não deveria viver apenas das doações dos empresários envolvidos, mas sim ganhar vida própria e sustentabilidade para poder promover o esporte que amamos, gerar atletas campeões e deixar um rastro de bondade e impacto social pelo nosso país, por um período prolongado de tempo. Assim, ficou claro para as iniciativas que uma junção de esforços poderia aumentar a viabilidade de ambas.
Dessa união nasceu o RTB (Instituto Rede Tênis Brasil), um projeto que já se inicia presente nas cinco regiões do país, reunindo alguns dos principais nomes do tênis nacional, e trabalhando o esporte desde a base (através dos projetos de “massificação”) até o alto rendimento. O RTB já tem resultados expressivos nos cenários nacional e internacional, tanto no tênis masculino quanto no feminino, com a presença da Bia Haddad na nossa esquadra. Por meio dos projetos de introdução ao esporte, o RTB também tem como objetivo reforçar a base acadêmica dos jovens atletas, para que suas perspectivas aumentem com o passar dos anos, seja nas quadras ou nas salas de aula.
O tempo ensinou também que, para aumentar as chances de sucesso e ampliar o impacto das nossas doações, é preciso ter um envolvimento pessoal com as nossas causas. As horas que dedicamos, o conhecimento que passamos e a segurança que podemos trazer àqueles que estão desenvolvendo as suas atividades provaram ser elementos fundamentais para promover o contexto ideal para os projetos. Por isso, hoje temos uma equipe profissional na gestão do RTB, um time de alto nível que se dedica à instituição em tempo integral. Temos ainda uma governança sólida, com estatuto, Assembleia, Conselho de Administração, Conselho Fiscal e uma série de Comitês, formados por nomes de destaque no empresariado e no tênis brasileiro. Acreditamos que essa configuração e essa disciplina vão nos permitir alçar voos maiores ainda, ajudar muita gente, formar mais campeões, e de quebra vivenciar por dentro a experiência do nosso esporte preferido.
Recomendo fortemente que todos pratiquem o bem, principalmente através das suas paixões. Seja pela música, pela cultura, pela educação, pelo esporte ou por qualquer outro meio, crie seu próprio rastro de bondade e seja um agente da transformação com a qual todos nós sonhamos para o Brasil. Tem tudo para ser um investimento com altíssimas taxas de retorno!
Quer saber mais sobre o Rede Tênis Brasil? Acesse nosso site www.redetenisbrasil.com.br e redes sociais @redetenisbrasil.
Rogério Melzi é diretor-presidente da Hospital Care, conselheiro e cofundador do RTB.
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