Professora, ao agradecer a alguém, posso falar gratidão ou é errado? Bem, há quem diga que estamos vivendo uma verdadeira praga linguística, a praga da gratidão. Mas, parodiando os famosos vídeos de uma divertida atriz, prefiro dar a seguinte resposta: quer usar? Use. É de bom-tom? Não, não é de bom-tom.
Difundido nas redes sociais, o modismo gratidão é utilizado no lugar do tradicional obrigado e soa estranho a ouvidos linguisticamente exigentes. Vai que o seu chefe seja uma dessas pessoas? Soltar um sonoro gratidão pode não ser uma boa ideia. Não entendeu ainda? Amantes da língua portuguesa tendem a sofrer uma certa ojeriza quando se trata de modismos. Simples assim. Somos conservadores no que diz respeito ao nosso idioma.
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O que fazer então? Que tal usar o bom e velho obrigado? Particípio do verbo obrigar, ele vem da ideia de ser obrigado a ser grato a alguém. Ou seja: para que você não precise dizer “Eu sou obrigado a ser grato a você”, há o simples, útil e tradicional obrigado. Lembrando que mulheres dizem obrigada, ao passo que homens dizem obrigado exatamente pela lógica da frase “Eu sou obrigado (a) a ser grato (a) a você.”
Então é isso, filho de Deus. Agradeça, seja grato. Todavia, em situações formais, prefira falar e escrever obrigado a falar e escrever gratidão. O tradicional não ofende, conserva empregos e reputações. Mas… Quer usar? Use. É de bom-tom? Não, não é de bom-tom.
Até semana que vem.
Cíntia Chagas é uma professora que sempre leva humor e conhecimento ao público. Escritora de dois best-sellers da editora HarperCollins, ela coleciona milhares de alunos nos cursos virtuais que ministra. Palestrante e instagrammer, provou que irreverência, humor e educação podem e devem andar juntos.
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