Enfim chegou 2024 e com o novo ano chegam também as análises e os estudos sobre os mais variados mercados, que mostram como um determinado setor performou e quais devem ser as tendências dos próximos meses. Hoje vamos falar especificamente sobre o T&D, treinamento e desenvolvimento de pessoas.
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Como referência, destaco indicadores da mais recente Pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil, realizada pela Integração Escola de Negócios, que mostra que os Estados Unidos seguem na dianteira quando se trata de investimento não só de recursos financeiros, mas também de tempo destinado à capacitação da força de trabalho. Os Estados Unidos investem em média 4,62% sobre a folha de pagamento anual na área de Treinamento e Desenvolvimento de colaboradores, enquanto o Brasil, investe uma média de 2,11% no mesmo período, uma diferença bastante significativa. Quanto ao tempo empregado nestes treinamentos, as empresas norte-americanas também investem muito mais do que as brasileiras. No Brasil aplica-se em média 23 horas de treinamento por colaborador e nos Estados Unidos este tempo chega a 33 horas. Essa diferença é brutal: são mais de 40% de tempo dedicado a T&D nos EUA do que no Brasil.
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Sem sombra de dúvidas, este é um exemplo a ser seguido por países que querem dar um salto na sua competitividade. Infelizmente, o Brasil ainda aposta muito pouco nesta área. Vale entendermos porque as empresas norte-americanas veem tanto valor no treinamento e por que isso tem sido fundamental para alavancar os negócios locais e potencializar o quadro de colaboradores.
Os dados dão conta de que os Estados Unidos seguem em primeiro lugar quanto ao investimento na área de T&D. Até aqui, nada de novo sob o sol. Em 2022, os investimentos corporativos em T&D foram estimados em US$ 1,2 trilhão, segundo o estudo The State of the Industry: Talent Management. Isso representa cerca de 6,5% do PIB americano. É uma soma muito relevante, o que indica o quão fundamental é o investimento em desenvolvimento de pessoas.
Durante a minha jornada aqui nos Estados Unidos, acompanhando a dinâmica de muitos negócios, percebo que são vários os motivos que fizeram com que o T&D se tornasse uma característica intrínseca na cultura de trabalho norte-americana. Uma delas é a importância dada à educação, sendo considerada ponto chave do sucesso. Isso, a meu ver, leva as empresas a investirem em treinamento para seus funcionários, a fim de garantir que eles tenham as habilidades e os conhecimentos necessários para serem bem-sucedidos. Parece óbvio, mas vale deixar isso bem claro para quem não percebe essa correlação.
A cultura de inovação requer que as empresas tenham funcionários capazes de pensar de forma criativa e resolver problemas. O treinamento desempenha um papel crucial no desenvolvimento dessas habilidades entre os colaboradores. Além disso, é importante destacar a competição global, que exige que as empresas locais se esforcem continuamente para se destacar em relação à concorrência estrangeira. As leis e políticas governamentais também facilitam o investimento em treinamento de funcionários por meio de diversos programas de financiamento, tornando mais fácil para as empresas aprimorarem as habilidades de sua equipe.
Por bastante tempo, tenho observado que as empresas dos Estados Unidos reconhecem a imensa importância de investir em sua força de trabalho. Como costumo destacar em minhas apresentações, o treinamento auxilia as empresas a aprimorarem sua equipe, tornando-a altamente qualificada e produtiva. Esse aprimoramento reflete-se rapidamente nos resultados do negócio, uma vez que colaboradores mais qualificados tendem a ser mais produtivos e comprometidos, o que, por sua vez, pode resultar em aumentos nos lucros das empresas e impulsionar o crescimento econômico.
Como resultado de todo esse investimento em treinamento e desenvolvimento, não é surpresa ver as grandes empresas norte-americanas liderando o mercado mundial e consistentemente classificadas entre as melhores para se trabalhar. Empresas como Microsoft, Google, Amazon e Apple investem significativamente em plataformas e programas de treinamento para aprimorar as qualificações de sua equipe e valorizar ainda mais suas marcas. Além do setor de tecnologia, exemplos notáveis incluem gigantes do varejo, manufatura e TI, como Walmart, GE e IBM. Como demonstrado, essas empresas servem como excelentes modelos a serem seguidos no âmbito do treinamento e desenvolvimento de pessoas, indicando claramente o caminho a ser seguido.
Iona Szkurnik é fundadora e CEO da Education Journey, HR Tech especializada na vertical de desenvolvimento de colaboradores que usa Inteligência Artificial para promover educação corporativa personalizada e escalável.
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