Para apoiar a base de clientes durante a crise da Covid-19, a fintech Neon anunciou que vai reduzir a taxa de juros do parcelamento de fatura de seu cartão de crédito pela metade e aumentar prazos de pagamento.
Faturas com vencimento de 1º de abril a 1º de maio terão taxa de 5,9% ao mês, em vez dos atuais 12,9% ao mês. A Neon também irá dobrar o prazo máximo de parcelamento de fatura, com a possibilidade de dividir em até 24 vezes — anteriormente, clientes podiam parcelar o saldo devedor em 12 vezes.
A fintech, que oferece serviços como conta digital e cartão de crédito, não divulga o número de pessoas que tem o cartão, mas informa que o total da base é de 2 milhões de clientes.
“Os brasileiros estão enfrentando agora um cenário delicado, com muitas incertezas”, diz Jean Sigrist, diretor da Neon. “Sempre foi um dos objetivos ajudar os clientes a melhorar a gestão de suas finanças e, neste momento, a preocupação é ainda maior. Aumentar as parcelas e reduzir os juros das faturas dá mais tranquilidade para as pessoas manterem as contas em dia”, ressalta.
Na semana passada, o Nubank anunciou um conjunto de medidas para apoiar seus clientes durante a crise. O pacote inclui serviços de saúde física e mental, bem como desconto em produtos de parceiros.
Em relação às condições de pagamento dos produtos financeiros que oferece, o banco digital disse estar avaliando como pode flexibilizar casos relativos a empréstimo pessoal, que a empresa começou a conceder há um ano, bem como o pagamento da fatura do cartão de crédito, usado por mais de 12 milhões de pessoas.
PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA
Com a crise do coronavírus, emissores de cartões de crédito e outros produtos financeiros têm sido contatados com frequência por clientes que solicitam medidas especiais das empresas, pois suas finanças podem ter sido afetadas pelas consequências da pandemia – muitos perderam empregos, viram sua renda minguar ou desaparecer e estão com medo de não conseguir pagar as parcelas do cartão ou empréstimos. Empresas também ficam em uma situação complexa, pois muitas viram sua receita cair drasticamente à medida em que seus clientes revisitam seus hábitos de consumo.
Nos Estados Unidos, atualmente o foco mundial da pandemia, grandes players do segmento de cartões de crédito sentem o impacto da crise: a Visa e a Mastercard já revisaram suas previsões financeiras como resposta à redução de gastos de consumidores, principalmente no segmento de viagens.
Anúncios de programas de assistência têm sido feitos diariamente por diversos provedores de serviços financeiros norte-americanos, que possuem cartões de crédito entre suas ofertas.
A Apple, por exemplo, cujo Apple Card é fornecido pelo Goldman Sachs, avisou que seus clientes podem entrar em um programa de assistência, que no momento permite evitar a parcela de março sem cobranças adicionais de juros.
No Reino Unido, bancos estão em discussões com autoridades regulatórias para afrouxar as regras de pagamentos de faturas de cartão de crédito, como parte de uma série de medidas para apoiar clientes durante a crise.
A questão tem diversos desdobramentos, que incluem um aumento exponencial no volume de consultas em centros de atendimento ao cliente, impacto na reputação de bom pagador dos clientes, além de uma preocupação sobre a validade em empurrar pagamentos para o futuro e, consequentemente, fazer com que consumidores fiquem cada vez mais endividados.
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Desafio Covid-19 seleciona oito startups para ajudar a combater a pandemia
O Porto Digital, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgaram, na última sexta-feira (27), os resultados do Desafio Covid-19, uma iniciativa de inovação aberta para criar e desenvolver soluções para o enfrentamento à pandemia em Pernambuco, com possibilidade de expandir para o Brasil e até para o mundo.
No total, oito soluções foram selecionadas. Juntas, elas receberão investimentos de R$ 1,3 milhão para que sejam desenvolvidas em pouco tempo e tenham o maior impacto possível. Ao todo, 543 propostas de diversos estados brasileiros foram apresentadas.
“Com essas soluções, vamos atuar em diversos campos, como o monitoramento das pessoas que estão nos grupos de risco, via mobile, o acompanhamento do isolamento social necessário para evitar o contágio, a realização de testes e mesmo o apoio técnico e suporte aos agentes de saúde”, destacou o procurador-geral de Justiça de Pernambuco (PGJ-PE), Francisco Dirceu Barros.
Entre as selecionadas está a Anjo Amigo, uma rede colaborativa de apoio entre idosos e pessoas da sociedade em geral predispostos a ajudarem essa população em cada estágio de evolução da doença. Já a empresa carioca Evolutix propôs a criação de uma central de processamento para monitoramento, comunicação e gestão integrada de dados epidemiológicos.
Outra sugestão veio da Nudging, do Distrito Federal, que propôs um aplicativo – batizado de Xô Corona – que promove o isolamento social voluntário empregando ferramentas da economia comportamental, linguagem visual e gamificação.
A pernambucana InLoco propôs, a partir da tecnologia de geolocalização, a criação de campanhas para conscientizar cidadãos que estão em situação contrária ao recomendado no cenário de isolamento social, e a criação de um score, que será calculado diariamente com o objetivo de mensurar a evolução, ou não, da medida em regiões geográficas, a partir do fluxo de mobilidade desses locais.
As outras empresas selecionadas são a Dycovid, que apresentou um alerta de aglomerações em tempo real baseado em geolocalização e classificação de fatores de risco; a Medvelox, criadora de um aplicativo de comunicação móvel customizado para necessidades de equipes médicas; a eHealth Potiguar, aplicação voltada para médicos que permite a consulta rápida a protocolos que auxiliam na tomada de decisões clínicas de forma atualizada, baseando-se em evidências; e o Grupo de Biologia Molecular de Malária, idealizador de um método de etapa única que cumpre o papel de diagnosticar a SARS-CoV 2 e, por se tratar de um PCR convencional, não demanda equipamentos de ponta e equipe extremamente especializada para sua execução.
Durante o processo de seleção, foi articulada uma rede de mais de 100 especialistas entre pesquisadores, professores, epidemiologistas, empreendedores e profissionais de diversas instituições, que contribuíram com informações, análises e validações. Ao todo, foram mais de duas mil horas de trabalho entre o desenvolvimento da metodologia, passando pela promoção e execução da chamada e avaliação de propostas até o resultado final.
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Hotmart cria fundo de R$ 1 milhão para impressão de máscaras 3D
A Hotmart, startup de educação online, criou um fundo de R$ 1 milhão para custear iniciativas de enfrentamento ao coronavírus como a criação de um parque de impressão 3D que está produzindo máscaras faciais (face shields), distribuídas gratuitamente para profissionais de saúde de Minas Gerais.
O trabalho voluntário é resultado de uma parceria da Hotmart com a comunidade mineira de pesquisadores, engenheiros e designers Trem Maker, que já produziu 500 face shields, que protegem o rosto inteiro do usuário. A ideia é aumentar a capacidade de fabricação, chegando a mais de 400 proteções por dia e um time de profissionais para ajudar na fabricação e distribuição dos equipamentos.
“Nós imediatamente mobilizamos um time de especialistas para conseguirmos organizar a produção e a logística do projeto. A demanda pelos face shields é gigante e não pode parar”, disse Mateus Bicalho, cofundador da Hotmart.
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Gympass incentiva academias fechadas a gerarem renda online
A plataforma de benefício corporativo Gympass busca sofisticar sua resposta para reagir ao impacto causado pelo coronavírus. A empresa implementou uma série de medidas para que suas mais de 23 mil academias parceiras no Brasil – que estão, em sua grande maioria, fechadas – produzam e vendam conteúdo de atividade física online.
Entre as novas medidas, a empresa vai adiantar os pagamentos referentes ao mês de março de 2020 para as academias parceiras. Uma plataforma também foi disponibilizada para que os parceiros possam oferecer aulas virtuais ao vivo: segundo a startup, a ideia é contribuir para que os professores se mantenham empregados e atuar como um mecanismo de geração de receita.
Segundo a empresa, 1.500 academias já preencheram o termo de aceite de aulas ao vivo, e 22 delas já programaram aulas, que terão início amanhã (1). A plataforma está integrada ao sistema de videoconferência Zoom, Instagram e Facebook, além do YouTube.
Além disso, a empresa adotou um programa de incentivo digital, que recompensa financeiramente os parceiros que aderirem à plataforma de aula online e ao vivo.
Além da possibilidade de vender aulas ao vivo, a startup disponibilizou, por um mês, uma coleção de mais de 1.500 aulas gravadas para as academias que quiserem incrementar suas ofertas remotas. A Gympass também quer ajudar as academias a alcançar outros alunos que não estejam em seu ecossistema. Através de um novo sistema, chamado Glofox, academias também poderão cobrar por essas aulas.
No começo do mês, a empresa já tinha antecipado o lançamento da Glofox, para viabilizar o agendamento e validação de aulas online para parceiros que já tem a opção de streaming.
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Tratamentos de saúde remotos atingem novo pico
A health tech Vitta publicou um levantamento onde nota que a procura por serviços de saúde fornecidos de maneira remota aumentaram 43% desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia da Covid-19 no dia 11.
Segundo os médicos da empresa de tecnologia liderada por João Gabriel Alkmim, eleito um dos empreendedores de destaque da lista FORBES Under 30 de 2018, os dados revelam que as pessoas estão evitando cada vez mais sair de casa, principalmente para locais em que ficam mais suscetíveis ao vírus.
“A telemedicina tem uma aplicabilidade muito ampla no momento de pandemia, mas principalmente no sentido de realizar uma teletriagem com pacientes que têm dúvidas, vieram de países de risco, tiveram contato com alguém infectado ou estão com sintomas para que seja possível indicar o melhor a se fazer e a unidade de saúde mais indicada para cada caso”, relata Natália Madureira, médica que opera pelo benefício em saúde PrimeCare, que está disponível 24 horas via WhatsApp e é oferecido pela Vitta.
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Projeto de lei pede adiamento da LGPD
O adiamento da Lei Geral de Proteção de Dados para fevereiro de 2022 é o tema de um novo projeto de lei. A proposta do senador Otto Alencar (PSD-BA) argumenta que a extensão de prazo é necessária para que seja criada a autoridade para regulamentar e aplicar os dispositivos da lei, que entra em vigor em agosto deste ano.
O pedido para a extensão do prazo se deve principalmente à ausência e atual impossibilidade de constituição da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão central do sistema de proteção de dados e privacidade no Governo Federal.
A ANPD será um pilar central da abordagem de proteção de dados no Brasil. Entre suas atribuições, a autoridade será responsável pela elaboração de diretrizes para políticas nacionais nessa área, editará regras simplificadas para empresas de pequeno porte e também trabalhará com agências reguladoras para estabelecer normas para a proteção de dados em setores regulados.
Em seu projeto de lei, Alencar argumenta que a não-instalação da ANPD, que é aguardada desde dezembro de 2018, cria uma impossibilidade jurídica para que organizações estejam em conformidade com as novas leis. “Fica claro que não há como uma entidade se adequar a uma lei não regulamentada”, aponta, acrescentando que a atual situação “tem gerado grave insegurança jurídica” para organizações públicas e privadas e que “não parece próprio o Estado exigir do setor privado” algo que a própria gestão pública ainda não conseguiu fazer.
“Não haverá tempo hábil para a instalação da ANPD e muito menos para a adequada regulamentação da lei, ficando no horizonte o pior cenário possível: o de vigência dos dispositivos da LGPD, inclusive aqueles relativos a sanções e multas, sem a constituição da autoridade responsável por regulamentá-los e aplicá-los”, diz o projeto.
O lobby para a extensão do prazo da entrada em vigor da LGPD já vinha acontecendo desde novembro do ano passado, quando um primeiro projeto de lei foi apresentado, pedindo o adiamento por dois anos.
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Entidade quer a retomada das atividades do setor de TI
A Federação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo), que representa sindicatos da patronais de tecnologia da informação em nível nacional, quer que os trabalhadores do setor voltem à ativa em meio à pandemia do coronavírus. A entidade representa mais de 121.000 empresas de pequeno, médio e grande portes que operam no setor de TI em todo o país.
Em nota, a entidade pede uma “retomada gradual” da economia e que, apesar de atividades de tecnologia de informação terem sido incluídos entre as atividades essenciais, as empresas do setor prestam serviços para outros setores considerados não-essenciais que permanecem paralisados.
“Certamente, precisamos defender a vida humana – ela é o bem maior – mas, muitas medidas de isolamento social adotadas pelas autoridades, necessárias, porém drásticas, impactam tanto a população, como a economia e o funcionamento das empresas”, diz a entidade.
A situação de paralisação por tempo indefinido, diz a Fenainfo, gera “considerável redução” nas demandas e que as restrições impostas, como o isolamento social, “poderão dificultar a prestação do serviço e, por consequência, o pagamento da remuneração dos colaboradores”.
A Fenainfo descreve as atuais medidas de distanciamento social como “lockdown”, protocolo de emergência imposto pelo governo que ainda não foi usado no Brasil. O lockdown está sendo praticado em países como o Reino Unido e a Índia, que impôs o protocolo por 21 dias à sua população de 1,3 bilhão de pessoas na semana passada.
“A imposição de lockdown indefinido pelos governantes poderá paralisar a economia, trazendo uma onda posterior de grave depressão econômica que gerará uma crise social muito mais profunda”, diz a Fenainfo, sobre a situação no Brasil.
“Defendemos a retomada da economia gradual e não a paralisação, pois o isolamento geral poderá gerar o empobrecimento da população, a aguda deterioração dos recursos públicos e a inevitável escassez de insumos.”
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A startup Rappi está oferecendo um mês de assinatura gratuita de seu clube de benefícios, que inclui entregas grátis para usuários acima de 65 anos. A ideia é incentivar ainda mais esse público, que enfrenta o maior risco na pandemia da Covid-19, fique em casa e evite a ida a supermercados e farmácias.
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– O StartOut Brasil, programa do governo para o apoio à inserção de startups brasileiras em ecossistemas de inovação internacionais, adiou o ciclo de Nova York, previsto para abril de 2020, por conta do alastramento do coronavírus nos Estados Unidos. A missão foi remanejada para 8 a 23 de outubro. O último dia do ciclo coincidirá com a nova data do TechDay NYC, uma das maiores feiras de tecnologia dos EUA, que contará com a presença das startups selecionadas pelo StartOut;
– O Comitê Gestor da Internet no Brasil abriu inscrições para o Programa Youth Brasil de 2020, que tem como objetivo estimular a participação de jovens nos principais fóruns de governança da internet do mundo. O programa pretende enviar até 60 jovens para os três principais fóruns de governança da internet: o LACIGF no Chile, o Fórum da Internet no Brasil, em Natal (RN), e o IGF na Polônia. As inscrições para o processo seletivo podem ser feitas até 5 de abril;
– A Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) retomou sua série de webinários sobre os desafios relacionados a diversas áreas da transformação digital. A sessão “NovosTempos: Desafios Jurídicos, Segurança e Economia Digital” reúne especialistas em sistema tributário, gestão de contratos, legislação trabalhista, economia digital e certificação de contratos e documentos. Os especialistas em áreas como proteção de dados e certificação digital compartilharão experiências e responderão a dúvidas dos participantes sobre os aspectos jurídicos, incluindo mudanças nas relações de trabalho e o que esperar dos próximos meses. A sessão começa às 14h de hoje (1)e tem inscrições gratuitas;
– A fintech Paketá criou um novo produto em que fundos, donos de grandes empresas e family offices vão poder utilizar sua plataforma digital para investir em empréstimos a funcionários CLTs de empresas, e obter rendimento com as operações de crédito feitas pelos colaboradores dessas companhias. Chamado de “consignado como serviço”, o produto permite que investidores ofereçam crédito como um benefício aos funcionários de empresas controladas ou de outras em que a situação financeira for conhecida;
– Um estudo feito pela Corebiz, empresa de inteligência para marcas do varejo, mostrou que a receita das compras por delivery no segmento alimentício cresceu mais de 330% entre os dias 1º a 26 de março, em relação ao mesmo período de fevereiro. Segundo a pesquisa, o pico foi no dia 16. A previsão é fechar o mês com crescimento de 320%, em média, em relação a fevereiro, e de 350% na comparação com março de 2019.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.
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