A perfumaria suíça Givaudan, reconhecida pela criação de aromas e fragrâncias para empresas das áreas de bebidas, alimentos e outros itens de consumo, está contando com ajuda extra para atender seus clientes localizados em território brasileiro. Isso porque acaba de desembarcar por aqui o Carto, ferramenta de inteligência artificial que está reinventando a maneira como os perfumistas da sede da empresa no Brasil atuam.
A tecnologia, projetada para usar de forma inteligente os ingredientes exclusivos da marca e maximizar o desempenho olfativo na fórmula final, só tem dois similares no mundo, nas unidades da Givaudan em Paris e Nova York. “Todo desenvolvimento de uma nova fragrância é feito com base no conhecimento do perfumista sobre as matérias-primas, mas essa combinação é um processo de tentativa e erro”, explica Lucia Lisboa, vice-presidente da divisão Fine Fragrances para América Latina da companhia. “O detalhe é que são 2.500 matérias-primas diferentes.”
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Por meio de uma abordagem visual que inclui uma tela sensível ao toque, o Carto sugere combinações e até indica as quantidades, trabalhando de uma maneira diferente das representações tradicionais da planilha ou da pirâmide olfativa. A solução, inclui, ainda, um robô de amostragem instantânea, que permite uma produção contínua de testes de fragrâncias a uma velocidade que não pode ser comparada aos métodos convencionais. “Claro que cada desenvolvimento demanda uma determinada quantidade de experimentações, dependendo do contexto, da necessidade e do objetivo do projeto”, explica Lucia, “mas o resultado é uma agilidade sem precedentes.”
Desenvolvido internamente, sob a supervisão da perfumista francesa Calice Becker, o Carto acumula um século de informações da companhia. No futuro, o objetivo é também aproveitar as percepções dos consumidores para fornecer dados adicionais aos perfumistas e ajudá-los a refinar seus acordes criativos.
A executiva conta que o robô já contribuiu para dois lançamentos globais que contaram com o desenvolvimento da Givaudan. Um deles foi a criação de uma fragrância para o grife francesa She Was an Anomaly, sob a coordenação de Daniela Andrier. O robô sugeriu que a perfumista desenhasse a fragrância em torno de duas notas exageradas – íris e almíscar. O outro foi o desenvolvimento de um aroma para uma linha de velas.
Ela explica que o processo continua sendo artesanal, comandado pelos perfumistas, mas a tecnologia vai permitir experimentações mais assertivas. A consequência é um melhor resultado, em menos tempo. “O sistema permite reunir ciência e tecnologia físico-química para maximizar o uso de nossa paleta de ingredientes, tornando a experimentação mais simples e divertida. Traz à vida ideias, inspirações e conceitos criativos dos profissionais de uma maneira muito eficiente, enquanto tira as tarefas repetitivas. O papel do perfumista permanece no centro da criação. O Carto é o suporte digital que eles podem usar para aprimorar seu trabalho criativo”, complementa Maurizio Volpi, presidente da divisão de fragrâncias da Givaudan.
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