A startup brasileira do setor de saúde diagnóstica Hilab viu a demanda por exames disparar durante a pandemia de Covid-19, acelerando seu crescimento e desafiando laboratórios tradicionais.
A ‘healthtech‘, antiga Hi Technologies, desenvolveu um pequeno dispositivo, também chamado Hilab, que age como um laboratório diagnóstico portátil, realizando exames com apenas algumas gotas de sangue.
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Após a coleta, uma amostra do sangue dos pacientes é misturada com reagentes fornecidos pela própria companhia e então inserida no aparelho. Este então lê os dados da amostra e os encaminha através da internet para serem analisados por algoritmos de inteligência artificial em nuvem. Uma equipe de biomédicos localizada no único laboratório físico da empresa em Curitiba (PR) valida os resultados e envia o laudo para o paciente via e-mail, mensagem ou pelo próprio aplicativo da Hilab. O processo completo dura cerca de 15 minutos.
A empresa já comercializa 20 exames realizados em seu dispositivo, incluindo de detecção de anticorpo contra Covid-19, HIV, dengue, zika e hepatite. Este ano, até outubro, a Hilab realizou cerca de 2 milhões de exames individuais, com número de pacientes aumentando quase 50 vezes em relação ao ano anterior.
Fundada em 2016, a startup prevê receita de cerca de R$ 200 milhões em 2020 e mira chegar em R$ 500 milhões no próximo ano. A Hilab não divulgou o faturamento exato de 2019, mas informou que ficou abaixo de R$ 100 milhões.
Os baixos custos logísticos causados pela ausência do transporte das amostras, segundo o cofundador e presidente-executivo da Hilab, Marcus Figueiredo, são uma grande vantagem para a companhia, que pode oferecer os exames a um preço competitivo.
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“A agilidade no diagnóstico, bem como o preço inferior, são importantes, já que 70% das decisões médicas se baseiam nos resultados de exames laboratoriais”, afirmou.
O dispositivo da empresa é utilizado por cerca de 1,6 mil empresas e instituições, incluindo redes de farmácias, como Pague Menos e Panvel; planos de saúde, incluindo da Porto Seguro e Unimed; além de unidades ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Figueiredo disse que o quadro de funcionários da empresa passou de pouco menos de 100 pessoas para 215 ao longo de 2020, para acompanhar o ritmo de sua expansão.
BIOLOGIA MOLECULAR
A empresa está lançando a segunda geração de seu dispositivo, o Hilab Molecular, que realiza exames por meio de biologia molecular, utilizando também amostras de saliva e obtidas por meio de swab nasal. No novo modelo, será realizado o exame que detecta o antígeno do coronavírus, podendo determinar se o vírus está ativo no paciente.
No começo do ano, a Hilab concluiu rodada de investimento de cerca de R$ 10 milhões, que a avaliou em quase R$ 300 milhões. A companhia recebeu aportes da Península Participações, family office do empresário Abilio Diniz, e da norte-americana Endeavor Catalyst.
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A gestora de venture capital Monashees, um fundo da Positivo Tecnologia e o braço de investimentos da Qualcomm, que já possuíam participações na companhia, também fizeram novos aportes.
Além de estar se preparando para uma nova rodada, que pode indicar um salto em seu valor após a aceleração de seu crescimento em 2020, a Hilab ensaia uma expansão internacional. A empresa realizou nos últimos meses pilotos na Espanha e nos Estados Unidos, mas, de acordo com Figueiredo, ainda terá que enfrentar o desafio regulatório para realizar exames no exterior com um laboratório localizado no Brasil. (Com Reuters)
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