Na última terça-feira (1), durante o primeiro dia do Hostel by RD Summit, um dos principais eventos de marketing e vendas do país, a Resultados Digitais, startup catarinense especializada no desenvolvimento de software (SaaS) de marketing digital para o crescimento de médias e pequenas empresas, anunciou que, a partir de agora, vai se chamar RD Station.
Mais do que uma mudança de nome, a companhia fundada por Eric Santos há quase uma década está, na realidade, preparando-se para o crescimento nos próximos 10 anos, do qual faz parte a estratégia de uma investida internacional mais efetiva. “Naquela época, quando batizamos a empresa, escolhemos o nome como uma espécie de manifesto, já que os pequenos e médios negócios associavam marketing digital a algo complexo, difícil de implementar, ou o relacionavam às ‘métricas da vaidade’, que é como chamamos os likes, vídeos e retuítes. O nosso objetivo era deixar claro que essas ferramentas ajudam os negócios a crescerem”, conta o CEO.
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Desde então, além do carro-chefe – o software de automação do marketing digital –, outros produtos e serviços foram sendo criados, como o sistema de gestão de vendas (CRM), que atualmente já conta com uma base de 25 mil clientes, uma frente de conteúdo, como blogs, vídeos e tutoriais direcionados a clientes e leads, e um braço de educação, com a plataforma de cursos RD University, além dos eventos, como o próprio RD Summit. A partir de agora, tudo vai funcionar sob a marca corporativa RD Station. “Muita coisa mudou nesse setor durante a última década e há dois anos temos refletido como organizar a casa e pensar no longo prazo”, conta o executivo.
Foi também nessa época que a empresa deu seus primeiros passos rumo à internacionalização. “Percebemos que os elementos que nos diferenciavam no Brasil poderiam ser replicados em outros mercados emergentes, onde já existem alguns players, mas que não estão voltados para as pequenas e médias. O foco deles é nas grandes empresas, onde a facilidade de implementação é maior e a receita também”, diz Santos. O executivo exemplifica contando que, atualmente, mais da metade de seus clientes pagam suas faturas mensais por boleto – algo que nos Estados Unidos as pessoas praticamente desconhecem.
“Lidar com esses negócios menores exige outro nível de atendimento, com mais proximidade e até uma certa catequização. E isso é igual no Brasil e em todos os outros países emergentes”, diz o executivo. Para testar a tese, a RD começou a operar na Colômbia e no México por meio de funcionários contratados na região, suporte do time brasileiro – muitas vezes até in loco – e parcerias. “Os mexicanos, por exemplo, apresentam uma certa resistência em fazer negócios no início. Nos apoiamos em parcerias com agências de publicidade locais para vencer essa desconfiança, mas descobrimos que podemos sim expandir nossa plataforma para além dos limites nacionais.”
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Agora, a estratégia é mapear outros mercados. Santos diz que ainda não foi decidido qual será o próximo alvo, mas vê oportunidades em toda a América Latina, Turquia, África do Sul, sudeste asiático (como Indonésia) e até a Península Ibérica (Portugal e Espanha). “Estamos refinando o modelo para poder implementá-lo em outros lugares.”
OUTROS PILARES PARA O CRESCIMENTO
Além da internacionalização, a estratégia de crescimento da RD Station contempla outros dois pilares. Um deles é a expansão no próprio território brasileiro, onde a empresa já atende 25 mil clientes. “O mercado em potencial tem 2 milhões de pequenos e médios negócios, o que significa que temos muito ainda a explorar”, diz Santos, referindo-se a empresas entre 10 e 500 funcionários.
A outra é expandir o portfólio. Para isso, a empresa está investindo na infraestrutura da plataforma, em dados e APIs, por exemplo, que facilitem a integração com outras empresas do ecossistema e até permitam adicionar novos produtos à suíte. Com essa oferta ampliada, a empresa pretende não apenas conquistar novos clientes, mas aumentar sua capilaridade naqueles onde já opera atualmente.
Aquisições também estão no radar de Santos, que há dois anos comprou a mineira Plug CRM e se diz satisfeito com a experiência. “Era uma empresa pequena, mas a receita já se multiplicou dez vezes nesse período e, atualmente, 20% da nossa base usa os dois produtos juntos”, diz, de olho em oportunidades de serviços e de e-commerce, segmentos muito acelerados principalmente durante a pandemia.
As metas de crescimento da empresa são ousadas. Nos primeiros anos, a taxa média passou dos 100% e, nos mais recentes, esteve ao redor de 50%. Em 2020, com a crise econômica causada pela Covid-19, a RD deve experimentar um incremento perto de 45%. “Já notamos um viés de alta agora no fim do ano e acreditamos que, em 2021, conseguiremos recuperar essa diferença e voltar ao patamar anterior.”
Eric Santos – que atende empresas dos mais variados setores, mas principalmente de tecnologia, educação e serviços profissionais – conta que notou um movimento diferente este ano em decorrência da digitalização do varejo que ainda operava apenas no ambiente físico. “Muitas dessas empresas aderiram ao nosso produto de entrada. À medida que elas passaram a operar também de forma online, sentiram necessidade de ter uma estratégia de marketing digital”, diz, explicando que as soluções oferecidas variam de R$ 19 a R$ 10 mil por mês dependendo do pacote.
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