
Neste sábado, (8), a futurista Amy Webb apresentou uma avaliação das convergências tecnológicas emergentes durante o SXSW, alertando que a humanidade entrou no que ela chama de “Beyond” — uma nova era onde a inteligência artificial, a biotecnologia e sensores avançados estão se fundindo para criar capacidades e desafios sem precedentes.
“A inteligência viva vai reescrever as regras da nossa realidade como a conhecemos hoje, e não estamos preparados. É um sistema que pode sentir, aprender, se adaptar e evoluir.”
Amy ainda destacou que sistemas de IA multiagentes estão desenvolvendo a capacidade de colaborar, atribuir tarefas e tomar decisões sem a intervenção humana. “Experimentos recentes mostram que agentes autônomos se organizaram espontaneamente, formaram alianças e desenvolveram seus próprios métodos de comunicação”.
Ela também abordou a adoção crescente de linguagens não-humanas por sistemas de IA, como o “Droid speak” da Microsoft, que permite que as máquinas se comuniquem três vezes mais rápido do que usando linguagens humanas, descritas por Amy como “desajeitadas, imprecisas e às vezes incorretas” para a comunicação entre máquinas.
“A integração de sensores físicos com IA está transformando sistemas de observadores passivos para controladores ativos, com exemplos que vão desde dispositivos microscópicos injetáveis para corpos humanos até eletrodos implantáveis que permitem que indivíduos paralisados controlem computadores com o pensamento”, destacou.
Biotecnologia e Tecnologia
Amy ainda discutiu a convergência da biologia com a tecnologia, incluindo a criação dos primeiros computadores comerciais feitos com neurônios humanos vivos, descritos como “as primeiras máquinas vivas”. Cientistas estão desenvolvendo materiais com propriedades inexistentes na natureza, como “metamateriais”, incluindo tijolos que funcionam como pulmões para filtrar poluição e edifícios que podem alternar entre estados rígidos e flexíveis durante terremotos.
No campo da robótica e IA, Amy observou que a personificação através de robôs pode ser necessária para alcançar a inteligência artificial geral (AGI), afirmando que “AGI não existe sem personificação da mesma forma que nossa inteligência humana não existe fora de um corpo”. Empresas de tecnologia estão se apressando para comercializar robôs dentro de cinco anos, apesar de declarações públicas sugerirem cronogramas mais longos. Webb destacou avanços recentes na destreza e adaptação dos robôs.