A crise gerada pela pandemia provocou uma grande queda no consumo, desaceleração econômica e, por consequência, deflação em muitos países. Com o objetivo de socorrer e estimular suas economias, governos e bancos centrais injetaram grandes quantias de capital no mundo todo.
Essa “inflação monetária” global aliada aos cortes nas taxas de juros e seguidas desvalorizações monetárias podem gerar uma certa pressão inflacionária quando a pandemia perder a força e a economia começar a retomada, inclusive no Brasil.
Ninguém sabe ao certo quais serão os desdobramentos, mas com essa possibilidade sendo cada dia mais discutida – e a busca de certa diversificação e proteção nas carteiras – é importante que os investidores tenham entre suas alocações alguns títulos atrelados ao IPCA.
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Essa estratégia é bastante simples e óbvia: quanto maior a inflação, maior será o retorno do papel. Mas existe um outro ponto em que poucos investidores se concentram: a importância da isenção fiscal em papéis referenciados em IPCA em um cenário de pressão inflacionária. Neste caso, os investidores não terão que pagar IR sobre ganhos nominais relevantes. Para entender melhor esse ponto é mais fácil demonstrar em números.
Vamos pensar no impacto de alguns cenários hipotéticos de inflação em um título de renda fixa, com incidência de IR, que esteja pagando, por exemplo, IPCA+5% ao ano:
Note que, aparentemente, o ganho é sempre IPCA + 5% ao ano, o que nos dá a impressão de estarmos “travados” neste retorno, protegidos contra a inflação. Mas com incidência de IR, o percentual pago sobre o valor nominal prejudica o retorno sobre o valor real. Quanto maior o retorno nominal, mais relevante será o valor pago de imposto e menor será o retorno proporcional ao ganho real. Quanto maior for a inflação, mais importante se torna a isenção fiscal.
Em um cenário de inflação de 9%, por exemplo, a diferença entre isenção ou não de IR seria de 42% sobre o retorno real. É uma diferença enorme, ainda mais considerando os atuais patamares de taxa de juros de 3% ao ano.
São títulos de renda fixa atrelados ao IPCA e isentos de IR as Debêntures Incentivadas, alguns tipos de Certificados de Recebíveis (CRA e CRI) e Letras de Crédito (LCA e LCI).
Esses “detalhes”, quase imperceptíveis, a longo prazo fazem grande diferença nas carteiras.
Um dos principais pontos ao estruturar uma carteira de investimentos adequada é ter uma diversificação criteriosa e muito bem planejada.
São nos detalhes que moram as grandes estratégias e isso também acontece nos investimentos!
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