A elétrica mineira Cemig fechou o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 57 milhões, ante lucro de R$ 797 milhões no mesmo período de 2019, sob impacto da alta do dólar sobre a dívida em moeda estrangeira e por sua fatia na Light.
A empresa controlada pelo governo de Minas Gerais registrou resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, de R$ 1,365 bilhão, queda de 6,6% na comparação anual, segundo balanço divulgado na noite de ontem (15).
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Mas, se considerados os efeitos não recorrentes, como um efeito negativo de R$ 609 milhões referente à remensuração do valor da participação da companhia na Light, o Ebitda fechou com queda de 44,7% ano a ano, em R$ 808 milhões.
Além da reavaliação do valor das ações na Light, avaliadas pela Cemig agora como “ativo mantido para venda”, a elétrica mineira sofreu forte baque da alta do dólar, após ter realizado nos últimos anos captações em moeda estrangeira, com eurobonds.
A dívida em moeda estrangeira gerou efeito negativo de R$ 437,76 milhões no resultado financeiro da unidade de geração e transmissão, Cemig GT, mesmo considerado instrumento de hedge. No primeiro trimestre de 2019, o efeito combinado da dívida e do hedge havia sido positivo em R$ 119,5 milhões.
Com isso, a Cemig GT encerrou os primeiros três meses do ano com prejuízo de R$ 4 milhões, contra lucro de R$ 584 milhões no mesmo período de 2019.
Já a Cemig-D, responsável pela distribuição de energia em Minas Gerais, encerrou o período com lucro de R$ 197 milhões, contra R$ 393 milhões no ano anterior.
A energia distribuída pela Cemig-D teve queda de 2% na comparação anual. A empresa não comentou no balanço se a pandemia de coronavírus impactou os números, mas atribuiu a efeitos do vírus uma alta de 4% na inadimplência desde o fim de 2019, para 5,29%.
Em receita líquida, a Cemig somou R$ 6,06 bilhões de janeiro e março, com avanço de 2,5% ano a ano.
Os investimentos da companhia somaram R$ 326,8 milhões no período. A meta para 2020 é de R$ 2,27 bilhões.
Já a dívida líquida da elétrica fechou março em R$ 13,3 bilhões, queda de 1,22% ante o final de 2019. A companhia tem R$ 2,44 bilhões em caixa e equivalentes.
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