O relatório de abril do mercado norte-americano de trabalho, o “payroll”, apontou uma deterioração como há muito tempo não se observava no país. Foram perdidos 20,5 milhões de postos de trabalho no mês, a queda mais acentuada desde a Grande Depressão. A explicação, para ser bem direto, é a pandemia de Covid-19.
O indicador revelou que a taxa norte-americana de desemprego subiu para 14,7% no mês passado. Considerando os dados oficiais, é a maior da série histórica, que começou a ser contabilizada em 1948. O patamar anterior era de 10,8%, atingido em novembro de 1982. Apenas durante a Grande Depressão a taxa superou os 25%.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
O resultado foi levemente “melhor” do que o esperado – os analistas projetavam a perda de 22 milhões de postos de trabalho.
Seguindo a lógica do isolamento, as maiores perdas foram no setor de lazer e hospitalidade, que fechou 7,7 milhões de vagas, sendo 5,5 milhões na área de bares e restaurantes, 1,3 milhão na de artes, entretenimento e recreação e 839 mil na de hospedagem.
Vale mencionar o levantamento do Fed Atlanta, que verificou que, para cada 10 demissões, três pessoas foram contratadas. Ao longo da crise temos visto que os supermercados estão contratando, assim como as farmácias e os serviços de delivery, entre outras áreas que viram a demanda crescer com o isolamento social.
Pelo lado negativo, muitos norte-americanos que trabalhavam em tempo integral viram seus contratos serem reduzidos para meio período. Segundo as estimativas, esse contingente pode ter dobrado, atingindo 10,9 milhões de pessoas.
A recuperação da economia dos Estados Unidos ainda é um mistério. Diversas empresas suspenderam os contratos dos funcionários e o cenário de reabertura dessas companhias é, por enquanto, incerto. Em diversos Estados, os negócios só podem reabrir com 25% ou 50% de sua capacidade. Ao que tudo indica, o trabalhador norte-americano tem um futuro bem delicado pela frente.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.