O dólar fechou acima de R$ 5,70 pela primeira vez na história hoje (6), com o real mais uma vez liderando as perdas entre as principais moedas globais, numa sessão marcada pelo fortalecimento da moeda norte-americana em todo o mundo.
As operações locais seguiram o viés externo, mas o real tornou a ocupar a lanterna entre seus pares, diante de um combo negativo de notícias para a divisa.
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Investidores aguardam amplamente novo corte de 0,5% nos juros pelo Banco Central, mas há no mercado de juros apostas alternativas de redução de 0,75%. Isso porque novos dados denunciaram o agudo impacto da crise da Covid-19 na economia doméstica, com o setor de serviços sofrendo contração recorde em abril.
“Vemos muito pouco argumento para impedir o BC de diminuir o juro em mais 50 pontos-base” nesta quarta-feira”, disseram analistas da TD Securities em referência ao cenário-base do mercado. Segundo eles, isso é amparado por evidências de que uma depreciação “substancial” da taxa de câmbio não tem impactado os índices de inflação.
“O BC decidiu se concentrar no apoio ao crescimento”, acrescentaram, prevendo que o real seguirá “um caminho de depreciação”.
O desânimo com a história do Brasil tem mantido a série mensal de fluxo negativo, contribuindo para a pressão no câmbio. Em abril, o país perdeu dólares pelo nono mês consecutivo. Em 2020, o saldo do fluxo cambial é deficitário em US$ 12,730 bilhões.
“O real não vale mais nada e, devido aos erros de política monetária, vai valer ainda menos”, disse um gestor.
O mercado de câmbio sentiu ainda a notícia, da noite de ontem (5), de que a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a perspectiva para a nota de crédito do país citando renovada incerteza política. A perspectiva negativa indica maiores chances de novo corte do “rating” soberano, o que apontaria avaliação pior sobre a capacidade de um país honrar seus compromissos.
O Brasil é classificado como status “junk” (especulativo) pelas três principais agências de risco, o que, segundo analistas, tem tido peso importante na falta de apetite do estrangeiro pelo mercado brasileiro – que se reflete em menor fluxo e, portanto, menor oferta de dólar.
O dólar à vista fechou esta quarta em alta de 2,03%, a R$ 5,7035 na venda, nova máxima recorde nominal. No pico intradiário, a cotação foi a R$ 5,7072.
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Na B3, o dólar futuro tinha valorização de 2,36%, a R$ 5,7220, às 17h26.
Em 2020, o dólar à vista dispara 42,13% ante o real. Além de liderar as perdas globais na sessão, a moeda brasileira tem ainda a pior performance em maio e em 2020, considerando 34 rivais do dólar. (Com Reuters)
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