O dólar mais uma vez teve uma sessão de intensa volatilidade no mercado brasileiro, fechando em alta moderada hoje (15) depois de oscilar entre firmes perdas e ganhos, evidência do grau de incerteza do mercado sobre o cenário para o país. A cotação voltou a subir na semana.
A moeda negociada no mercado à vista encerrou o dia em alta de 0,33%, a R$ 5,8392 na venda. A moeda oscilou entre valorização de 0,86% (para R$ 5,8700) e queda de 1,03% (a R$ 5,7600), em um pregão sem intervenções do Banco Central.
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Na B3, o dólar futuro mostrava acréscimo de 0,49%, a R$ 5,8530, às 17h10.
O dólar chegou a esboçar queda mais cedo, especialmente entre 10h e 11h, mas as mínimas perto de R$ 5,76 atraíram compras.
A divisa encontrou fôlego adicional por volta de 12h, logo após o Ministério da Saúde comunicar que Nelson Teich havia pedido demissão do cargo de ministro, menos de um mês após assumir a pasta e na segunda troca de comando do ministério em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus pelo país.
Analistas citam com frequência que uma virada positiva para o real só tende a acontecer quando a economia começar a dar sinais de melhora. Contudo, a escalada da disseminação do coronavírus no país e o imbróglio político em Brasília têm afastado cada vez mais esse cenário, o que mina a expectativa de fluxo cambial –ou seja, prejudicando o cenário para ingresso de dólares.
“A retomada da economia, ao nosso ver, segue condicionada à redução do número de novos casos de Covid-19 e de mortes associadas à doença, e incertezas sobre imunização e disseminação do vírus devem seguir presentes na ausência de medicação ou vacina eficazes”, disse o Bradesco em nota.
Na semana, o dólar subiu 1,73%. A moeda norte-americana avança 7,38% em maio e dispara 45,51% em 2020. O real tem o pior desempenho no ano entre as principais moedas globais.
“As incertezas sobre as economias local e internacional e a redução do diferencial de juros são alguns dos elementos que ajudam a explicar a desvalorização da nossa moeda em relação ao dólar, mais forte que a dos pares”, completou o Bradesco.
A alta do dólar nesta sessão também teve respaldo do exterior, onde prevaleceram novas preocupações sobre os rumos da pandemia e aumentadas tensões comerciais entre EUA e China.
No fim da tarde, o dólar subia contra a maior parte de seus principais rivais, com destaque para os ganhos frente à divisa neozelandesa, à libra esterlina e ao rand sul-africano. (Com Reuters)
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