O dólar rondava a estabilidade contra o real hoje (5), um dia antes da divulgação da decisão de política monetária do Banco Central, com os ruídos políticos domésticos compensando o dia de maior apetite por risco no exterior.
Às 10:41, a moeda norte-americana avançava 0,05%, a R$ 5,5249 na venda. O contrato mais líquido de dólar futuro caía 0,40%, a R$ 5,5345.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
Nesta sessão, os mercados internacionais voltavam as atenções para países como a Itália e alguns Estados norte-americanos, que começam a relaxar medidas de isolamento em casa a partir desta semana.
A esperança de reabertura da economia elevava as expectativas de aumento da demanda por petróleo, o que melhorava o sentimento e colaborava para apostas mais arriscadas entre os investidores estrangeiros.
Divisas emergentes ou ligadas a commodities, como rand sul-africano, peso mexicano e dólar australiano, pares do real, registravam ganhos contra a moeda dos EUA hoje.
No entanto, o clima doméstico no Brasil segue incerto após semanas de tensões entre os poderes e a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça.
“No mercado local, informações de que o ministro Celso de Melo, do STF, poderá levantar ainda hoje o sigilo do depoimento do ex-ministro Sergio Moro têm potencial para manter os agentes econômicos na defensiva e manter o viés de valorização do dólar ante o real”, disse em nota Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.
Uma fonte com conhecimento do depoimento prestado por Moro à PF e ao Ministério Público Federal disse na ontem (4) que o ex-ministro citou, em depoimento no sábado (2), ministros do governo que presenciaram o presidente Jair Bolsonaro pressionando-o em relação à troca do comando da Polícia Federal.
VEJA TAMBÉM: Dólar volta a superar R$ 5,52
“Já vamos continuar convivendo com dados macro ruins (…), e, no caso brasileiro, acrescenta-se ainda o cenário político”, disse à Reuters Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset, sobre os movimentos do câmbio. “Os rumos são difíceis de prever após a saída do ex-ministro Sergio Moro.”
Enquanto isso, os investidores ainda esperam o resultado da reunião de política monetária do Copom, que será divulgado amanhã (6). Segundo pesquisa da Reuters, a expectativa é de mais um corte da Selic, a nova mínima histórica de 3,25%.
Os cortes sucessivos da taxa têm sido fator de pressão sobre o real, uma vez que reduzem os rendimentos de investimentos atrelados aos juros básicos, tornando o Brasil menos atraente quando comparado a países com juros maiores e nível de risco semelhante.
No ano de 2020, o dólar acumula alta de cerca de 37% contra a moeda brasileira.
Ontem, a moeda norte-americana à vista teve alta de 1,55%, a R$ 5,5224 na venda.
O Banco Central ofertará nesta sessão até 10 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem, com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021. (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.