O dólar avançava em relação ao real hoje (15), caminhando para segunda alta semanal consecutiva em meio a temores sobre uma retomada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, dados econômicos pessimistas e expectativas sobre a divulgação de vídeo de reunião ministerial que poderia comprometer o presidente Jair Bolsonaro.
Ontem (14), após o fechamento dos mercados brasileiros, o presidente norte-americano, Donald Trump, sinalizou uma deterioração adicional do seu relacionamento com a China, dizendo que não tem interesse em falar no momento com o presidente Xi Jinping e chegando a sugerir que poderia cortar os laços com a segunda maior economia do mundo. Os analistas citavam essa escalada como um fator de pressão descendente sobre ativos globais arriscados.
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As tensões crescentes entre as duas maiores economias do mundo ocorrem num momento de devastação econômica como resultado da pandemia de coronavírus. Hoje, dados mostraram que as vendas no varejo dos Estados Unidos sofreram segundo mês consecutivo de queda recorde em abril.
Em nota, a Infinity Asset destacou que “a retomada parcial de maio em algumas localidades nos EUA ainda não é suficiente para reverter parte das fortes perdas”.
Enquanto isso, no Brasil, os impactos das restrições devido às medidas de contenção do coronavírus pesaram com força sobre a economia, e o índice de atividade do Banco Central sofreu em março a maior contração da série histórica, indicando recuo de quase 2% no primeiro trimestre.
“Com os dados de atividade econômica piores do que o esperado em março e abril, ficou mais claro que o choque negativo na atividade econômica brasileira ao longo do primeiro semestre será considerável”, disse em nota a XP Investimentos.
Enquanto isso, o clima tenso na política brasileira permanece em meio a expectativas sobre a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que o presidente Jair Bolsonaro teria pressionado por mudanças na Polícia Federal por motivos pessoais.
Hoje, Bolsonaro admitiu que falou a sigla “PF” na reunião, após ter negado fazê-lo, mas alegou que estava se referindo à segurança da sua família e disse que espera ver o vídeo completo liberado pela Justiça para que a “análise correta seja feita”.
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As tensões em Brasília têm sido apontadas frequentemente por analistas como fator agravante para a disparada do dólar, que já salta mais de 45% no ano de 2020. O rali da moeda também é apoiado por um cenário de juros baixos, crescimento fraco e economia global prejudicada.
Às 10:28, o dólar avançava 0,31%, a R$ 5,8385 na venda. O principal contrato de dólar futuro tinha alta de 0,33%, a R$ 5,844.
No fechamento da véspera, o dólar à vista caiu 1,37%, a R$ 5,8202 na venda, com a divisa brasileira recebendo apoio de intervenções do Banco Central. Os investidores seguirão atentos possíveis atuações da autarquia diante de movimentos exagerados no câmbio.
Nos mercados internacionais, a moeda norte-americana registrava movimento misto contra divisas arriscadas pares do real. (Com Reuters)
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