O dólar ampliava as perdas contra o real nos primeiros negócios de hoje (23), refletindo o clima otimista no exterior em meio a sinais de recuperação da atividade e de alívio nas relações entre Estados Unidos e China, enquanto os investidores locais reagiam à ata do Copom.
Às 10:13, a moeda norte-americana recuava 1,88%, a R$ 5,1730 na venda, enquanto o principal contrato de dólar futuro caía 1,71%, a R$ 5,1645.
Segundo Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong, o movimento de hoje reflete uma mudança em relação à aversão a risco vista no dia anterior, quando os investidores saíram de ativos de maior volatilidade, como ações e algumas moedas emergentes.
“Hoje há uma redução desse movimento, é um dia melhor. Os dados de atividade da Europa vieram bons, mais fortes do que se esperava, e as economias seguem reabrindo”, afirmou.
A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgada hoje mostrou que a contração histórica da economia da zona do euro diminuiu de novo este mês já que várias empresas que haviam sido forçadas a fechar as portas para conter a disseminação do coronavírus reabriram.
Também colaborando para o sentimento, o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, voltou atrás em suas declarações de que o pacto comercial entre EUA e China estaria “acabado”, dizendo que seus comentários foram tirados do contexto, enquanto o presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou no Twitter que o acordo está “totalmente intacto”.
Nos mercados globais, ativos de risco — como as bolsas europeias, os futuros de Wall Street e moedas de países emergentes ou ligadas a commodities — operavam em alta hoje.
Já no Brasil, a atenção estava na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que o Banco Central avaliou que a atividade econômica brasileira atingiu o fundo do poço em abril e disse que o país já estaria próximo do limite efetivo mínimo para a taxa básica de juros, a partir do qual novos cortes seriam contraproducentes.
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A redução da Selic a mínimas históricas é apontada por analistas como fator de impulso para o dólar, uma vez que torna rendimentos locais atrelados aos juros básicos menos atraentes. Outros aspectos que favorecem a busca por segurança são as incertezas políticas e econômicas no Brasil, que podem ser ainda mais agravadas caso haja uma segunda onda global de infecções por Covid-19.
“A tendência do nosso dólar comercial, no curto e no médio prazo, continua indefinida”, disse Jefferson Rugik, da Correparti Corretora. “O risco de uma segunda onda do coronavírus se torna presente, e é ele o fator de definição de uma futura tendência.”
Na última sessão, o dólar negociado no mercado interbancário caiu 0,86%, a R$ 5,2722 na venda.
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em novembro de 2020 e fevereiro de 2021, para rolagem de contratos já existentes. (Com Reuters)
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