O dólar apresentava alta contra o real hoje (21), chegando a superar os R$ 5,61, ampliando os ganhos registrados ontem (20) em meio a nervosismo sobre a saúde fiscal do Brasil mesmo depois que a Câmara dos Deputados manteve o veto presidencial que proíbe a concessão de reajuste a servidores públicos.
Depois de um dia marcado por temores em relação aos grandes gastos provocados pelo combate ao coronavírus, a expectativa entre alguns analistas era de que o mercado se acalmaria após a decisão da Câmara, que evitou um impacto superior a R$ 120 bilhões nas contas públicas.
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Mas, às 10:28, o dólar avançava 0,63%, a R$ 5,5888 na venda. Na máxima do pregão, a divisa norte-americana foi a R$ 5,6123, alta de mais de 1%. O dólar futuro negociado na B3 ganhava 0,49%, a R$ 5,585.
“Eu vejo que ainda há risco”, comentou à Reuters Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset. “O Orçamento para 2021 segue na pauta e vai continuar a influenciar na volatilidade do dólar contra o real.”
Segundo ele, a situação das contas públicas “não vai sair do radar porque há uma dúvida bem grande em relação a qual política fiscal vai ser adotada por parte do governo”.
De um lado, gastos maiores com a implementação do auxílio emergencial protegem a renda e melhoraram a avaliação do presidente Jair Bolsonaro, trazendo algum alívio político, mas, de outro, os mercados, alinhados ao ministro da Economia, Paulo Guedes, seguem pressionando pelo controle das torneiras de dinheiro.
Enquanto isso, no exterior, moedas emergentes pares do real apresentavam desempenho misto contra o dólar, que acelerava os ganhos em relação a uma cesta de moedas fortes.
O noticiário internacional estava atento à retórica comercial entre Estados Unidos e China, enquanto os investidores digeriam dados de PMI de grandes economias.
Ontem, o dólar à vista registrou alta de 0,42%, a R$ 5,554 na venda, maior patamar desde 22 de maio.
Neste pregão, o Banco Central realizará leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021.
A autarquia marcou presença no mercado de câmbio local ontem, fazendo sua maior venda de moeda à vista em quatro meses. Alencastro comentou que “o Banco Central faz aquilo que é natural quando tem volatilidade muito grande da moeda internacional contra a nossa”, ressaltando que essa instabilidade na oscilação da moeda apresentada nos últimos meses acaba afetando custos e transações empresariais, o que uma hora passa para o consumidor. (Com Reuters)
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