O dólar perdia força contra o real hoje (11), devolvendo alguns de seus ganhos recentes em meio ao bom humor externo, enquanto os investidores digeriam a ata do Banco Central sobre sua última decisão de juros.
Às 10:18, o dólar recuava 0,50%, a R$ 5,4378 na venda. O dólar futuro negociado na B3 tinha queda de 0,76%, a R$ 5,4455.
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“A gente vê que o ambiente externo está positivo hoje”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho. “A notícia de que o (presidente dos EUA Donald) Trump está planejando corte de imposto e a notícia da vacina da Rússia — embora resultados não tenham sido divulgados — favorecem o bom humor.”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que o país tornou-se o primeiro do mundo a dar aprovação regulatória para uma vacina contra a Covid-19 depois de menos de dois meses de testes em humanos.
A vacina será produzida no Brasil e a fabricação dela na América Latina iniciará em novembro, desde que obtida aprovação regulatória, disse o chefe do fundo soberano da Rússia, Kirill Dmitriev.
Enquanto isso, nos EUA, o presidente Donald Trump assinou no sábado (8) uma série de decretos para oferecer alívio econômico adicional aos norte-americanos atingidos pela pandemia do coronavírus depois que seus negociadores não conseguiram chegar a um acordo com o Congresso.
Segundo Luciano Rostagno, cerca de 70% da valorização do real hoje era resultado de componentes externos. Outras moedas arriscadas apresentavam comportamento misto contra o dólar.
Já no Brasil, o Banco Central afirmou que a Selic está próxima de um limite a partir do qual poderia provocar instabilidade nos preços de ativos e, sobre a porta aberta para eventuais cortes nos juros básicos à frente, indicou que precisará de maior clareza sobre a atividade econômica, sendo que essas reduções podem ser “temporalmente espaçadas”.
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“Na nossa leitura, a ata sinaliza haver uma assimetria no cenário na direção de mais cortes de juros, diante de pressões desinflacionárias características da pandemia, mas por outro lado aponta a necessidade de cautela por conta dos impactos de juros em níveis sem precedentes sobre a estabilidade financeira”, disseram em nota analistas do Bradesco.
A redução dos juros a mínimas históricas sucessivas tem sido um fator apontado como principal responsável pela valorização do dólar frente ao real em 2020, uma vez que prejudica rendimentos locais atrelados à Selic, afastando o investimento estrangeiro e afetando o fluxo cambial. A moeda norte-americana acumula ganho de aproximadamente 35% no ano.
Na última sessão, o dólar à vista teve alta de 0,97%, a R$ 5,4649 na venda.
Hoje, o Banco Central fará leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021. (Com Reuters)
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