O dólar operava em alta acentuada contra o real hoje (4), chegando a superar a marca de R$ 5,37, em um reflexo da aversão ao risco global em meio a tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China.
No Brasil, os operadores trabalhavam em modo de espera antes da decisão de juros do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que será anunciada amanhã (5).
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Às 10:24, o dólar avançava 0,62%, a R$ 5,3469 na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro tinha alta de 0,47%, a R$ 5,355. Na máxima do dia, o dólar spot foi a R$ 5,3781 na venda.
O dia era de força do dólar contra moedas de países emergentes, uma vez que novos desdobramentos na retórica entre Estados Unidos e China levantavam temores sobre as relações diplomáticas e comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, citou supostos riscos de segurança nacional apresentados pelo aplicativo chinês TikTok, a Microsoft declarou formalmente no domingo (2) interesse na aquisição das operações norte-americanas da empresa, o que provocou indignação nas redes sociais da China.
A briga vem na esteira de outros conflitos entre EUA e China, como o fechamento de consulados e divergências em relação a uma lei de segurança imposta sobre Hong Kong.
Ainda nos EUA, democratas e republicanos do Congresso continuam distantes em relação aos próximos passos nas negociações de um pacote de estímulo econômico, que se torna cada vez mais urgente em meio à disparada de casos de coronavírus no país.
Mais de 155 mil pessoas já morreram por complicações ligadas à Covid-19 nos Estados Unidos, o maior número entre todos os países do mundo. Os casos subiram semana após semana em 20 Estados.
“As negociações no Congresso norte-americano sobre o pacote de estímulos fiscais e as últimas notícias ligadas à situação da Covid-19 no mundo são igualmente monitoradas e ajudam a manter os players na defensiva”, escreveu Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora.
Peso mexicano, lira turca e rand sul-africano, alguns dos principais pares emergentes do real, recuavam contra o dólar hoje, assim como outros ativos arriscados, como os futuros de Wall Street.
Enquanto isso, segundo analistas, no cenário doméstico as expectativas giravam em torno da reunião de política monetária do Banco Central, com boa parte projetando corte residual da Selic a nova mínima histórica de 2%.
Há tempos os agentes do mercados citam os juros baixos no Brasil como um fator de impulso para o dólar, que salta 33% contra o real no ano de 2020. A redução sucessiva da Selic afetou rendimentos locais atrelados à taxa de juros, tornando o país menos interessante para o investidor estrangeiro quando comparado a pares emergentes de risco semelhantes e maior rentabilidade.
Na última sessão, a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário havia saltado 1,83%, a R$ 5,3142 na venda.
O Banco Central ofertará hoje até 10 mil contratos de swap tradicional para rolagem, com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021. (Com Reuters)
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