O dólar operava em alta contra o real hoje (26), dia de movimentos moderados nos mercados internacionais antes da reunião anual de Jackson Hole do Federal Reserve, enquanto a saúde fiscal do Brasil segue no radar dos investidores.
Às 10:47, o dólar avançava 0,44%, a R$ 5,5518 na venda, depois de ter saltado a R$ 5,5528 na máxima do dia. O dólar à vista fechou a última sessão em queda de 1,19%, a R$ 5,5274 na venda. O dólar futuro de maior liquidez subia 0,61%, a R$ 5,5445.
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Em meio a dúvidas sobre o futuro da recuperação dos Estados Unidos diante da crise do coronavírus, investidores de todo o mundo se preparavam para a conferência anual dos banqueiros centrais do Fed, que será amanhã (27), com expectativas sobre as medidas que serão anunciadas por Jerome Powell, chair do banco central norte-americano, para apoiar a maior economia do mundo.
O dólar tinha alta contra uma cesta de moedas de países ricos neste pregão, enquanto divisas arriscadas pares do real apresentavam desempenho misto.
No cenário doméstico, dúvidas sobre a situação fiscal continuavam pesando no sentimento dos mercados, que aguardavam medidas de estímulo a serem apresentadas pelo governo após cancelamento do anúncio ontem (25). O presidente Jair Bolsonaro afirmou na véspera que espera ter uma definição até sexta-feira (28) sobre o valor das próximas parcelas do auxílio emergencial a serem pagas até o fim do ano.
Os gastos extraordinários causados pela pandemia têm elevado temores sobre um possível desrespeito ao teto de gastos por parte do governo, cuja defesa da austeridade fiscal foi um fator decisivo para sua eleição.
“O patamar do câmbio ainda reflete a expectativa de que o teto de gastos possa ser descumprido em 2021, principalmente tendo em vista o risco político da semana passada”, disse à Reuters Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos, referindo-se a boatos já desmentidos de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixaria seu cargo.
“Se o rompimento do teto vier acompanhado de avanço relevante nas reformas fiscais, o impacto no câmbio não será tão grande”, comentou Ortiz. “Agora, se esse não for o caso”, o dólar pode chegar a superar a marca de R$ 6, enquanto a curva de juros também sentirá o impacto.
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Diante desse cenário incerto, que se soma ao ambiente de juros extremamente baixos, o dólar já salta cerca de 38% contra o real no ano de 2020, com a divisa brasileira conquistando a posição de pior desempenho entre uma cesta de mais de 30 pares.
O Banco Central tem marcado presença nos mercados ao ver o real descolando de seus pares arriscados, e, neste pregão, vendeu US$ 400 milhões e US$ 250 milhões em dois leilões de venda conjugados com leilões de compra seguidos.
“O BC com certeza vai continuar intervindo no mercado cambial, sempre repercutindo a mensagem de que vai corrigir a instabilidade financeira diante de alguma disfuncionalidade”, disse Ortiz.
Neste pregão, o Banco Central também fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021. (Com Reuters)
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