A IRB Brasil Re teve prejuízo no segundo trimestre, uma vez que efeitos cambiais e impactos da pandemia de Covid-19 pressionaram ainda mais os números da resseguradora, que tenta corrigir o estrago causado por fraude contábil nos últimos anos.
A resseguradora anunciou hoje (29) que teve prejuízo líquido de R$ 685,1 milhões de abril a junho, ante lucro de R$ 397,5 milhões um ano antes.
LEIA MAIS: CVM abre inquéritos para investigar irregularidades envolvendo IRB Brasil
Segundo explicou a companhia no relatório, a perda refletiu sobretudo “despesas com sinistros maiores que as normais e efeito de desvalorização cambial”.
A resseguradora já havia sido levada a republicar balanços anteriores, “corrigindo distorções decorrentes da modificação intencional e sistêmica de dados operacionais”, o que reduziu o lucro de 2019 em R$ 553,4 milhões e o de 2018 em R$ 117,2 milhões.
Agora, com o prejuízo no segundo trimestre, a insuficiência de liquidez apontada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) em maio subiu de R$ 2,1 bilhões em março para R$ 3,4 bilhões em junho.
Para preencher a lacuna regulatória, o IRB está concluindo um processo de capitalização que, segundo a companhia, levantou R$ 2,2 bilhões até 24 de agosto tendo sido subscritas 97,47% das ações ofertadas.
Porém, a reavaliação de contratos segue em andamento e o IRB avisou que deve se estender por mais meses, “o que implica manutenção de riscos que já haviam sido contratados em 2019 em nossa carteira, com impactos na sinistralidade ainda durante o segundo semestre”, mas que espera resolver a situação e insuficiência de liquidez até o fim do ano.
O IRB abriu processo criminal contra ex-administradores para exigir ressarcimento pelo pagamento não autorizado de bônus a ex-executivos e colaboradores de cerca de R$ 60 milhões.
Em 2020, a ação do IRB acumula desvalorização de 79%.
Executivos da resseguradora discutem detalhes do resultado trimestral e perspectivas em apresentação a analistas e investidores na segunda-feira (31). (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Participe do canal Forbes Saúde Mental, no Telegram, e tire suas dúvidas.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.