O dólar avançava em relação ao real hoje (18), impulsionado por movimentos de aversão a risco no exterior à medida que os investidores realizavam lucros ao final de uma semana positiva para ativos arriscados.
Enquanto isso, notícias de saltos nos casos de coronavírus nas principais economias colaboravam para a cautela em meio a temores sobre uma possível retomada de lockdowns.
Às 10:21, o dólar avançava 0,84%, a R$ 5,2756 na venda, enquanto o dólar futuro negociado na B3 subia 0,56%, a R$ 5,270.
A movimentação no mercado de câmbio doméstico estava em linha com o comportamento de outros países emergentes, com peso mexicano, lira turca e rand sul-africano sendo negociados em baixa contra o dólar.
“A aversão ao risco ganha força diante do aumento do número de casos de Covid-19 no mundo, especialmente na Europa”, citaram em nota analistas do Bradesco. Ontem (17), a França registrou um recorde de 10.593 novos casos confirmados, maior número diário desde que a pandemia começou, enquanto discussões sobre um segundo lockdown circulavam no Reino Unido.
Além disso, “está acontecendo uma realização, já que a semana foi positiva para o real”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho. “Como a agenda está fraca e não houve notícias mais relevantes lá fora, os investidores estão adotando uma postura mais defensiva antes do final de semana.”
Desde o fechamento da última sexta-feira (11), quando encerrou o pregão em R$ 5,3331, o dólar acumula perda de cerca de 1,37%, caminhando para marcar sua terceira semana de queda em quatro.
As perdas recentes do dólar contra o real vieram depois de uma disparada da moeda norte-americana em meados de agosto devido a temores sobre a saúde fiscal e política do Brasil.
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Segundo Luciano Rostagno, apesar do alívio recente sobre o real, “o ambiente político doméstico continua gerando ruídos”, dizendo que cerca de 90% dos ganhos da moeda brasileira nas últimas sessões foram motivados por fatores externos, acompanhando a fraqueza internacional do dólar. Em comparação, disse ele, cerca de metade dos ganhos do peso mexicano na semana vieram de fatores locais.
No radar político brasileiro, os mercados ficavam atentos à relação do presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao mesmo tempo em que buscavam indícios de possível desrespeito ao teto de gastos diante dos custos gerados pelo combate à pandemia de coronavírus.
O dólar spot fechou a última sessão em queda de 0,17% contra o real, a R$ 5,2319 na venda, nova mínima desde 31 de julho.
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