Zerar as emissões globais de gases do efeito estufa até a metade do século custaria algo entre US$ 1 trilhão e US$ 2 trilhões de investimentos adicionais por ano, ou entre 1 e 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global, mostrou um relatório da Comissão de Transições Energéticas (ETC) hoje (16).
Para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius neste século, as emissões globais de gases de efeito estufa precisarão ser zeradas.
Quando isto for concretizado, a redução dos padrões de vida de países desenvolvidos e em desenvolvimento em 2050 representará menos de 0,5 do PIB global, segundo o relatório.
Desde 2000, o aquecimento global custou aos Estados Unidos e à União Europeia ao menos US$ 4 trilhões de perda de produção, e países tropicais estão 5% mais pobres do que estariam sem os impactos da mudança climática, de acordo com pesquisas da Universidade de Stanford.
A ETC é uma coalizão global de 40 produtores de energia, empresas industriais e instituições financeiras, entre elas ArcelorMittal, HSBC, BP, Shell, Orsted e Bank of America, que estão comprometidos a criar uma economia livre de carbono até 2050.
Ela disse que os investimentos adicionais exigidos “são facilmente pagáveis, dadas as poupanças e investimentos globais atuais, particularmente no contexto macroeconômico prevalecente de taxas de juros baixas continuas”.
O relatório disse que melhorias dramáticas na eficiência energética terão que ser feitas, que o suprimento global de eletricidade terá que crescer quatro ou cinco vezes para chegar a entre 90.000 e 115.000 terawatt-horas e que o ritmo anual da geração eólica e solar precisará ser de cinco a seis vezes o aumento obtido em 2019.
Os setores de construção, transporte e indústria também precisam ser eletrificados, e o hidrogênio deveria ser usado quando isto não for possível. Qualquer uso residual de energia deveria ser descarbonizado por meio da captura e do armazenamento de carbono e da bioenergia sustentável.
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“Não há dúvida de que é técnica e economicamente possível chegar à economia de carbono zero que precisamos até 2050; e zero precisa significar zero, não um plano que depende do uso de ‘compensações’ permanentes e de larga escala para equilibrar as emissões constantes”, disse o copresidente da ETC, Adair Turner.
“Mas agir na próxima década é crucial. Caso contrario, será tarde demais”, acrescentou. (Com Reuters)
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