A Câmara dos Deputados concluiu a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021, dando o primeiro passo para a definição do Orçamento do próximo ano.
O texto aprovado, que ainda será votado na tarde de hoje (16) pelos senadores, é um substitutivo do relator da proposta, senador Irajá (PSD-TO).
Na proposta, o senador apoia a adoção da meta fiscal fixa definida pela equipe econômica para o próximo ano, de déficit primário de R$ 247,118 bilhões para o governo central em 2021 – conta impactada pelo alto volume de despesas neste ano, cujos pagamentos ficarão para o ano que vem.
A meta foi sugerida pelo governo nesta semana em substituição a projeto enviado em abril, em que propunha revisão de acordo com as reestimativas de receitas e despesas.
“Entendemos coerente sugestão de alteração do Poder Executivo, que recalculou a meta de resultado primário, em decorrência de mudanças nas estimativas e projeções sobre o cenário econômico desde a elaboração e envio do PLDO 2021, ao incorporarmos projeções mais atualizadas e suprimirmos a lacuna no projeto de lei enviado em abril que previa a revisão de acordo com as reestimativas de receitas e despesas”, diz o relator, no parecer.
A LDO define os parâmetros para o Orçamento do ano seguinte e é o instrumento legislativo que indica o espaço fiscal para as prioridades a serem levadas em conta na elaboração do Orçamento do próximo ano.
Pelas regras, o Congresso deve votar a LDO até 17 de julho de cada ano. Mas diante de impasse político envolvendo a disputa pela presidência da Câmara que impediu a instalação Comissão Mista de Orçamento (CMO), a proposta é analisada nesta quarta-feira diretamente em sessões do Congresso Nacional – uma destinada a deputados e outra a senadores, em formato remoto por conta da pandemia de Covid-19 -, sem ter passado pela CMO.
Mesmo assim, mediante acordo, a votação do texto principal da proposta ocorreu com relativa rapidez na Câmara, e sua aprovação foi chancelada por um largo placar: 444 votos favoráveis e 10 contrários.
Com o atraso na análise da LDO, a expectativa é que o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 seja apreciado apenas em 2021. Até que seja aprovada, o governo terá de se valer da regra dos chamados duodécimos para executar as despesas públicas, em que a cada mês só pode ser executado um doze avos do Orçamento.
Irajá discordou, mesmo reconhecendo como provável a aprovação da LOA apenas em 2021, de previsão original do projeto do governo que previa a autorização para a execução de praticamente todas as programações, algumas integralmente, outras com execução duodecimal (restrição a 1/12 do valor previsto no PLOA multiplicado pelo número de meses decorridos até a entrada em vigor da LOA).
“Entendemos que a aprovação do texto original teria o condão de esvaziar a atividade legislativa, afrontando a independência harmônica entre os Poderes”, argumentou, no parecer.
O relator levou em conta a atual conjuntura de calamidade por conta da crise do coronavírus e inseriu medidas adicionais no texto. Uma delas prevê que no caso de repasses de recursos de custeio oriundos de emendas parlamentares a consórcios municipais, o teto de transferência do município sede do consórcio não restringirá o montante de repasse da entidade. A regulamentação dos repasses e dos limites específicos para consórcio ficará a cargo do Ministério da Saúde.
Irajá adotou ainda iniciativas para resguardar recursos voltados ao combate da pandemia da COVID-19 de contingenciamento. (Com Reuters)
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