Um crescimento recorde na dívida de governos em todo o mundo atingirá os mercados emergentes de forma desproporcional, com as nações em desenvolvimento não se beneficiando de taxas de juros mais baixas e o custo do serviço da dívida sendo motivo de preocupação, disse a agência de classificação de risco, Fitch Ratings, hoje (6).
A dívida soberana global disparou US$ 10 trilhões, para US$ 77,8 trilhões, ou 94% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, conforme governos aumentaram gastos com saúde e protegeram suas economias afetadas pelas consequências da pandemia de coronavírus, calculou a Fitch.
Tanto o salto quanto os níveis de dívida estão em máximas recordes, escreveu o chefe de ratings soberanos da Fitch, James McCormack, em relatório, acrescentando que o último acréscimo de US$ 10 trilhões levou sete anos para ser acumulado.
E, embora a proporção da dívida dos governos em relação ao PIB – medida frequentemente usada como indicador aproximado para a sustentabilidade das contas públicas – tenha ficado em cerca de 60% do PIB para os mercados em desenvolvimento e desenvolvidos, isso mascarou uma divergência nas taxas de juros para os dois grupos, disse McCormack.
“Para a dívida soberana de mercados emergentes, não houve ‘almoço grátis’ associado a juros mais baixos”, escreveu ele.
A taxa média de juros sobre o estoque total da dívida de governo caiu de 4% para 2% na última década nos mercados desenvolvidos, concluiu o relatório. Nos mercados emergentes, a taxa aumentou de 4,3% para 5,1%.
A Fitch prevê que os pagamentos de juros pelos governos em mercados desenvolvidos e emergentes convergirão até 2022 em cerca de US$ 860 bilhões, embora a dívida do primeiro grupo seja três vezes maior que o segundo.
“O resultado é que, embora os governos de mercados desenvolvidos e emergentes agora tenham proporções semelhantes de dívida/PIB, eles têm custos de serviço de dívida muito diferentes”, disse McCormack.
“Com o rápido aumento da dívida governamental de mercados emergentes, isso deve ser motivo de preocupação e tem sido um fator que contribuiu para o excesso de endividamento em vários mercados emergentes em 2020.” (Com Reuters)
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