Campos Neto defendeu que vários componentes por trás da pressão inflacionária recente no país são temporários, mas que já há um efeito “contaminação”, disse ontem (28), em evento virtual da Monte Bravo.
“Localmente, a gente tem um desafio, que é o mais difícil para o Banco Central e para equipe econômica, que você pode ter no curto prazo um crescimento não tão robusto, mas uma inflação subindo. O que faz esse par ordenado melhorar é a credibilidade”, disse o presidente do BC.
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Nesse contexto, Campos Neto defendeu ainda a importância de avanços na agenda de reformas e reiterou que o governo enfrentaria limitações para adotar medidas adicionais de enfrentamento à pandemia que envolvessem gastos, sem uma contrapartida do lado das despesas.
Ao avaliar a trajetória recente da inflação, que encerrou 2020 acima do centro da meta central do governo de 4,0%, o presidente do BC elencou alguns componentes desse processo, dentre os quais a alta dos preços das commodities, a desvalorização do câmbio e a transferência de renda via auxílio emergencial.
Quando comentou acerca da exclusão do forward guidance do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), mecanismo pelo qual o BC mantinha o compromisso de não elevar os juros desde que algumas condições estivessem satisfeitas, Campo no contexto de projeções de inflação.
Ele pontuou haver um entendimento geral dos membros do Copom de que há uma janela de tempo que trará informações relevantes que precisarão ser avaliadas pelo colegiado.
“Tem informação na parte de reformas, tem informação na parte de números de inflação que vão sair, tem informação na parte de qual é o efeito dessa pseudo-segunda onda, se vai ter, então a gente entendeu que tem aí um período de dados que vai ser muito importante para análise, e foi o que foi espelhado na comunicação oficial”, explicou.
FISCAL
Neto afirmou que há um prêmio de risco fiscal embutido na curva de juros, diante da nova situação, e que o cronograma de reformas do governo é importante para diminuir esse prêmio. “Com credibilidade, você consegue ter uma inflação menor. Acredito que tem um prêmio fiscal que foi inserido na curva pela nossa nova situação fiscal pós-pandemia e que precisa ser tratada. As reformas ajudam, então tem todo um cronograma de reformas que é importante para diminuir esse prêmio de risco”, concluiu.
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